No período de colheita do milho de segunda safra, a eficiência na secagem dos grãos é fundamental. No Mato Grosso, aproximadamente 76% dos 6,94 milhões de hectares plantados na safra 2023/24 já foram colhidos, e a secagem rápida e eficiente é fundamental para evitar represamento e filas de caminhões nos armazéns.

O processo de secagem, que deve reduzir a umidade dos grãos para entre 12% e 14%, conforme estabelecido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), visando preservar a qualidade do milho recém-colhido. A umidade dos grãos, ao sair da lavoura, varia entre 18% e 30%, propícia para o desenvolvimento de patógenos se não tratada adequadamente.

Uma inovação nacional, desenvolvida por Otalício Pacheco da Cunha, diretor da empresa Dryeration, promete revolucionar esse processo. “Consiste em aquecer, por meio de vários fluxos de ar, tão rapidamente o grão que a umidade interna é puxada para fora antes que o seu interior aqueça ou queime. Assim, conseguimos retirar a umidade da massa de forma uniforme”, explica Cunha.

Além de uniformizar a secagem, essa tecnologia acelera significativamente o processo, reduzindo o tempo necessário para a secagem dos grãos e aumentando a rentabilidade. A eficiência térmica e energética do sistema permite a redução de até 10 pontos percentuais de umidade por hora, eliminando a fumaça do produto e preservando a qualidade dos grãos sem odores. Isso resulta em melhores ganhos de peso na alimentação animal, um benefício importante para as indústrias de ração para gado leiteiro, suinocultura e avicultura.

“Nossa tecnologia não danifica o grão e não deixa cheiro de fumaça. Como a fornalha é de fogo indireto, o equipamento não deixa esse residual”, destaca Cunha. A versatilidade dos equipamentos também é um ponto forte, atendendo tanto grandes produções quanto pequenos volumes. “Nossa meta sempre foi desenvolver uma solução que resolvesse o problema do produtor, independentemente do tamanho do negócio. Por isso, no nosso portfólio contamos com secadores com capacidade de secagem de 20 a 500 toneladas por hora”, ressalta Cunha.

Essa inovação representa um avanço significativo para o setor agropecuário brasileiro, contribuindo para a melhoria da eficiência na colheita e beneficiamento do milho, mantendo a qualidade do grão e atendendo às exigências do mercado.