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,19/09/2024

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Safra americana de soja pressiona preços para baixo


Safra americana de soja pressiona preços para baixo

O consultor de mercado Vlamir Brandalizze analisou a situação atual das principais commodities agrícolas, destacando o impacto da safra americana de soja, o comportamento do mercado de milho e as perspectivas para a exportação de carnes brasileiras.

Soja em ritmo acelerado nos EUA

A safra americana de soja avança rapidamente, com mais de 90% das lavouras em fase de florescimento, superando a média histórica. Cerca de 65% das plantas já estão formando vagens, sinalizando uma safra promissora, com expectativas de produção superiores a 121 milhões de toneladas. Segundo Brandalizze, o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) deverá rever para cima essa estimativa, com projeções privadas sugerindo um volume entre 122 e 123 milhões de toneladas.

Esse cenário tem causado impacto no mercado global, levando a uma queda nos preços futuros, que agora encontram suporte na faixa de US$ 9,50 por bushel. No Brasil, as cotações também recuaram, com uma desvalorização entre R$ 3 e R$ 5 por saca, reflexo tanto da pressão internacional quanto da queda do dólar, que voltou a operar abaixo de R$ 5,60.

Apesar da redução nas cotações, o ritmo de vendas de soja no Brasil permanece lento. Aproximadamente 102,5 milhões de toneladas da safra atual já foram comercializadas, restando cerca de 45,5 milhões de toneladas. Brandalizze ressalta que o produtor brasileiro tem adotado uma postura cautelosa, aguardando melhores oportunidades de mercado.

Milho: Safra recorde e demanda aquecida

Nos Estados Unidos, o milho também apresenta um desenvolvimento positivo, com 93% das lavouras já na fase de florescimento. A formação de espigas atingiu 50%, superando a média histórica de 42%, e cerca de 10% das lavouras já iniciaram a formação de grãos. Com condições climáticas favoráveis, a expectativa é de uma safra robusta, o que pressionará os preços em Chicago, mantendo as cotações para setembro e dezembro abaixo de US$ 4 por bushel.

No Brasil, a colheita da safrinha de milho já alcança 95% do território nacional, com destaque para Mato Grosso, onde 99% das lavouras já foram colhidas. Entretanto, as vendas têm ocorrido de forma lenta, com aproximadamente 40% da produção negociada. A expectativa é de que o Brasil exporte até 7 milhões de toneladas de milho em agosto, impulsionado pelo forte desempenho dos portos e pela demanda aquecida, tanto para ração quanto para a produção de etanol.

Exportações de carnes em alta

O mercado de carnes, especialmente a bovina, registrou recordes históricos em julho, com a exportação de 237,3 mil toneladas, totalizando 1,377 milhão de toneladas no acumulado do ano. Brandalizze destaca que o mês de agosto também deve ser promissor, com a expectativa de embarcar mais de 150 mil toneladas. Esse desempenho tem sido favorecido pela valorização do dólar e pela forte demanda internacional, especialmente da China.

O setor de suínos também teve um desempenho robusto, com 119,4 mil toneladas exportadas em julho, e um acumulado de 653,7 mil toneladas no ano, superando o volume registrado no mesmo período de 2023. O consultor aponta que o mercado deve continuar aquecido, com perspectivas de crescimento para os próximos meses.

Mercado interno e desafios climáticos

No Brasil, os produtores enfrentam desafios adicionais com a escassez de insumos e as incertezas climáticas. Brandalizze alerta para o risco de geadas no Paraná, que podem afetar as lavouras de trigo e feijão. No entanto, o clima frio também pode beneficiar algumas regiões, como o Rio Grande do Sul, onde as lavouras de trigo ainda estão em fase de crescimento vegetativo.

O mercado de arroz, por sua vez, segue estável, com preços na faixa de R$ 116 a R$ 118 por saca no Rio Grande do Sul. O setor aguarda um aumento na demanda varejista nas próximas semanas, com a volta às aulas e o término das férias escolares.

A análise de Brandalizze destaca um cenário complexo para os produtores brasileiros, que devem se preparar para um mercado global cada vez mais competitivo, onde as variáveis climáticas e econômicas terão papel determinante nas cotações e nas oportunidades de negócio.




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