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,16/09/2024

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Expectativa de Retorno do Confinamento em 2024: Cenário e Estratégias

Confinadores enfrentam cenário desafiador em 2024, com projeções de rentabilidade variando entre 9,07% e -6,34%, conforme revelam dados recentes do Cepea e CNA.


Expectativa de Retorno do Confinamento em 2024: Cenário e Estratégias

Com o aumento da participação do confinamento na produção pecuária brasileira nos últimos anos, o setor se depara com um cenário de custos que traz desafios e oportunidades para 2024. Dados recentes do Projeto Campo Futuro, em parceria com o Cepea (Esalq/USP) e a CNA, revelam uma expectativa mista de rentabilidade para os confinadores, influenciada principalmente pela oscilação nos preços de insumos, como o boi magro e o milho.

Crescimento e Flutuações no Confinamento

A engorda de bovinos em confinamento tem ganhado relevância no Brasil, não apenas pelo melhor acabamento de carcaça, mas também pela oferta estratégica de animais prontos para o abate no segundo semestre. De 2018 a 2023, o volume de animais confinados variou significativamente, refletindo as flutuações nos preços dos principais insumos. Após um crescimento expressivo entre 2018 e 2019, impulsionado pela demanda da China, o ritmo de aumento desacelerou nos anos seguintes. Em 2023, cerca de 7,2 milhões de cabeças foram terminadas em confinamento, representando 21,3% dos abates nacionais.

Desafios de Rentabilidade em 2024

A expectativa de retorno para os confinadores em 2024 reflete um cenário de cautela. Nos primeiros meses do ano, a rentabilidade média permaneceu negativa, chegando a -6,34% para um ciclo de 90 dias com abate em junho. Esse resultado foi influenciado pela desvalorização da arroba do boi gordo e pela falta de sinais consistentes de recuperação no mercado futuro. No entanto, projeções para o segundo semestre indicam um cenário mais otimista, com a rentabilidade média alcançando 9,07% para abates em outubro.

Esse otimismo decorre principalmente da queda no preço de compra do boi magro, que, em julho de 2024, registrou um valor médio de R$ 235,03 por arroba, uma redução de 1,7% em relação a junho e de 7,9% comparado a julho de 2023. A maior oferta de carne no mercado e os esforços para controlar a oferta de bois em ponto de abate contribuíram para essa tendência de queda, o que pode favorecer os confinadores nos próximos meses.

Perspectivas Regionais

A análise regionalizada da rentabilidade do confinamento revela disparidades entre os estados. Rio Grande do Sul, Minas Gerais e São Paulo se destacam com as melhores expectativas de margem bruta para o abate em outubro de 2024, com projeções de 18,2%, 14,2% e 12,8% da receita bruta, respectivamente. Por outro lado, Paraná, Pará e Mato Grosso do Sul apresentam as menores expectativas, com margens de 1,5%, 2,7% e 2,9%, respectivamente. Esses estados enfrentam desafios adicionais, como o aumento nos custos de reposição e de diária de confinamento, o que limita o potencial de rentabilidade.

Planejamento Estratégico

Diante de um cenário de custos voláteis e margens apertadas, a gestão estratégica se torna fundamental para os confinadores em 2024. A adoção de pacotes tecnológicos adaptados à realidade de cada propriedade, aliados a estratégias de compra de insumos, pode fazer a diferença na rentabilidade final. O risco inerente aos sistemas intensivos exige uma atenção redobrada ao planejamento, buscando maximizar as margens e minimizar os impactos das flutuações de mercado.

A expectativa para 2024 é que o confinamento continue a desempenhar um papel relevante na pecuária brasileira, mas os desafios impostos pelo cenário de custos exigem uma abordagem cautelosa e bem planejada por parte dos produtores.




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