De empresa familiar a gigante do agro: a trajetória do Grupo Santa Clara
O Grupo Santa Clara, fundado em 1997 por um casal de empreendedores, é hoje uma das forças emergentes no agronegócio brasileiro, com quatro unidades de negócios e uma sólida presença em todo o território nacional. Sob a liderança de João Pedro Cury, CEO do grupo, a empresa se consolidou no mercado de fertilizantes especiais, mas também diversificou suas operações para incluir biodefensivos, bioestimulantes, adjuvantes e óleos essenciais.
O grupo é formado por quatro divisões: Santa Clara Agrociência, Hidromol, Linax e Inflora Biociência. A Santa Clara Agrociência e a Hidromol são especializadas na produção de fertilizantes e bioestimulantes, com a diferença de que a primeira foca em atender agricultores e distribuidores, enquanto a segunda se destina ao atendimento de outras indústrias. Já a Linax, adquirida recentemente, transformou-se no centro de inovação e pesquisa do grupo, focado na produção de óleos essenciais. Por fim, a Inflora Biociência atua na produção de biodefensivos, com uma fábrica em Jaboticabal que atende a todo o mercado brasileiro.
A inovação tecnológica é um dos principais motores de crescimento do Grupo Santa Clara. Um exemplo disso é o desenvolvimento de biodefensivos de terceira geração, que representam uma evolução significativa em relação aos produtos anteriores. Enquanto os biodefensivos de primeira geração são compostos por um único microrganismo e os de segunda geração combinam vários microrganismos com promotores de crescimento, os de terceira geração dispensam a presença de organismos vivos, o que proporciona maior durabilidade do produto e eficácia no controle de pragas e doenças.
João Pedro Cury destaca que essa inovação é especialmente relevante para o agronegócio, pois facilita a adoção pelos agricultores. “Produtos de terceira geração têm maior vida útil e permitem misturas com outros agroquímicos sem comprometer sua eficácia, o que é uma grande vantagem para o produtor”, explica o CEO.
Em relação ao crescimento da empresa, João Pedro Cury revela um plano ambicioso: atingir a marca de R$ 1 bilhão em receita até 2030. Nos últimos seis anos, o grupo quintuplicou seu tamanho, alcançando um faturamento de R$ 201 milhões no último ano fiscal. A estratégia para os próximos seis anos é novamente multiplicar por cinco esse valor, diversificando mercados, expandindo a equipe comercial e aumentando o número de colaboradores para cerca de 1.000 pessoas.
“Esse é um grande desafio, mas as projeções de mercado e o acesso a diferentes distribuidores e agricultores, tanto no Brasil quanto em outros países, nos dão a confiança de que podemos atingir esse objetivo até 2030, ou até antes disso”, comenta Cury.
A decisão do grupo de se tornar uma sociedade anônima (S.A.) no ano passado trouxe consigo a necessidade de maior transparência e governança, o que também é visto como um ponto positivo por Cury. “A partir de agora, publicaremos nossos resultados, o que demonstra a solidez e a saúde financeira da empresa. Isso é motivo de orgulho para nós e reforça nossa capacidade de crescimento nos próximos anos”, afirma.
Outro fator relevante para o sucesso do Grupo Santa Clara é a manutenção de suas raízes familiares, mesmo em um mercado marcado pela consolidação e pela entrada de grandes multinacionais e fundos de investimento. Para João Pedro Cury, essa identidade familiar é um diferencial importante no agronegócio. “O agro é movido pela família. Quando o agricultor e o distribuidor percebem que há uma preocupação com as famílias dos colaboradores, isso cria um impacto emocional positivo e fortalece a relação de confiança”, conclui o CEO.
COMENTÁRIOS