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,18/10/2024

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Parceria assegura pasto produtivo na seca com inovação sustentável

Parceria entre laticínios e produtores de leite assegura pasto produtivo durante a estiagem em Goiás, com uso de tecnologia e reaproveitamento de efluentes.


Parceria assegura pasto produtivo na seca com inovação sustentável

Parceria entre indústria e produtores de leite garante produtividade do pasto, mesmo em períodos de seca

Em meio à estiagem que afeta várias regiões do Brasil, uma iniciativa em Goiás tem mostrado como a cooperação entre indústria e produtores de leite pode ser uma solução eficiente para manter a produtividade do pasto, mesmo em tempos adversos. Desde 2018, a Marajoara Laticínios, localizada em Hidrolândia, desenvolve um projeto inovador que utiliza resíduos de sua produção para fertilizar o solo e garantir a nutrição dos animais, mesmo em períodos de seca.

A seca prolongada, que tem castigado diversas regiões do país, traz desafios significativos para a produção agropecuária, especialmente para os produtores de leite, que dependem de pastagens para alimentar seus rebanhos. Com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o agronegócio representa 24% do PIB nacional, o que destaca a importância de soluções para mitigar os impactos climáticos no setor.

O papel da biomassa no pasto

Vinícius Junqueira, gerente de marketing da Marajoara, explica que a chave para o sucesso do projeto está no reaproveitamento da água residual e dos resíduos gerados pelos processos fabris. Por meio de uma Estação de Tratamento de Efluentes (ETE), a empresa trata a água utilizada na produção, purificando-a a mais de 90%, e gera uma biomassa rica em nutrientes essenciais para o solo. "Antigamente, esse material era enviado para compostagem, mas hoje o utilizamos para adubar pastagens de produtores cadastrados, garantindo melhor qualidade do capim e mantendo a alimentação dos animais mesmo em épocas de seca", afirma Junqueira.

A biomassa, rica em matéria orgânica, é distribuída em fazendas locais por meio de caminhões-pipa. Com esse adubo natural, os produtores conseguem melhorar a produtividade e a qualidade do pasto. Um dos resultados mais significativos observados foi o aumento do teor de proteína no capim braquiária, o mais utilizado na região, que passou de 8,5% para 13%, favorecendo o ganho nutricional do rebanho.

Água de reuso para irrigação sustentável

Outro ponto de destaque do projeto é o reaproveitamento da água tratada na ETE da Marajoara. Após passar por um rigoroso processo de purificação, a água, que inicialmente seria destinada ao Córrego Grimpas, agora é utilizada em um sistema de fertirrigação. Esse sistema, composto por bombas e tubulações que distribuem a água para uma área de pastagem próxima à indústria, permite que o pasto se mantenha verde e saudável, mesmo nos períodos mais secos do ano.

De acordo com Junqueira, o sistema de irrigação utiliza cerca de um milhão de litros de água de reuso a cada 12 horas, distribuídos por 600 aspersores que garantem uma cobertura eficiente do pasto. "Essa água, com 96% de pureza, além de garantir a produção de pasto, também contribui para o abastecimento do lençol freático, promovendo um ciclo sustentável de uso da água", destaca.

Reconhecimento e impactos para a sustentabilidade

A iniciativa da Marajoara Laticínios já foi reconhecida nacionalmente. Em 2021, o projeto recebeu o prêmio Crea Goiás de Meio Ambiente na categoria Elementos Naturais, consolidando-se como um exemplo de inovação e sustentabilidade no setor lácteo.

Além dos benefícios diretos para a produtividade dos produtores de leite da região, a ação também fortalece a cadeia produtiva de forma sustentável, reduzindo custos com compostagem e transporte de resíduos, e promovendo o uso consciente dos recursos hídricos. Em um cenário em que a estiagem se torna um desafio constante, iniciativas como essa mostram como a união entre indústria e produtores pode trazer soluções eficazes para o agronegócio brasileiro.

Essa cooperação não apenas garante a continuidade da produção durante períodos de seca, mas também promove um uso mais eficiente dos recursos naturais, contribuindo para a sustentabilidade ambiental e a resiliência dos sistemas produtivos.




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