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,04/12/2024

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Colheita de soja avança nos EUA com bons resultados

Colheita de soja nos EUA atinge 55% enquanto o Brasil avança no plantio. No mercado de milho, a demanda interna segue aquecida e carnes alcançam recordes de exportação.


Colheita de soja avança nos EUA com bons resultados

A safra de soja dos Estados Unidos está em pleno andamento, com 95% das lavouras já maduras e 55% da colheita concluída, acima da média histórica de 40%, conforme aponta Vlamir Brandalizze, consultor de mercado. Embora haja sinais de perda de produtividade nas lavouras finais devido ao calor e à falta de chuva, a expectativa é que o impacto seja moderado. Segundo Brandalizze, o relatório de oferta de grãos dos EUA, previsto para os próximos dias, deve confirmar uma produção próxima a 125 milhões de toneladas.

A atenção dos mercados, no entanto, se volta para o Brasil, onde o plantio da nova safra de soja está em ritmo acelerado. No Mato Grosso, maior produtor do país, as chuvas recentes impulsionaram o início das atividades. "Devemos plantar entre 47 e 48 milhões de hectares, com um potencial de produção entre 165 e 170 milhões de toneladas", explica Brandalizze. Apesar do bom ritmo, apenas 27% da safra brasileira já foi negociada, abaixo da média de 31%.

O cenário do milho também mostra avanços. Nos Estados Unidos, 92% das lavouras estão maduras, e 36% da colheita já foi realizada. A demanda interna no Brasil, especialmente para a produção de etanol e ração, mantém os preços firmes. O estado do Mato Grosso, em particular, comemora a inauguração da maior processadora de milho para etanol do mundo, o que deve elevar a demanda para mais de 15 milhões de toneladas este ano.

As exportações de milho, no entanto, estão abaixo do esperado. Até o momento, 26 milhões de toneladas foram embarcadas, uma queda significativa em relação às 37 milhões no mesmo período do ano passado. "Isso levanta dúvidas sobre as projeções para o milho safrinha, que ainda enfrenta desafios climáticos", avalia o consultor.

No mercado de carnes, o Brasil continua quebrando recordes de exportação. A carne bovina já alcançou 65 mil toneladas embarcadas em outubro, com previsão de fechar o mês com até 220 mil toneladas. "O acumulado do ano está em 1,91 milhão de toneladas, superando o mesmo período de 2023", destaca Brandalizze. O frango segue o mesmo caminho, com 120 mil toneladas exportadas em outubro e um acumulado de 3,78 milhões no ano. Já a carne suína, que enfrenta um crescimento mais modesto, acumulou 910 mil toneladas até o momento, um avanço em relação ao ano passado.

A produção de arroz, por outro lado, enfrenta desafios. No Rio Grande do Sul, o principal estado produtor, os agricultores correm para finalizar o plantio antes do início das chuvas. O mercado, contudo, apresenta uma queda de braço entre varejistas e indústrias, com promoções frequentes que pressionam os preços. "Os produtores gaúchos estão vendendo o arroz em casca por valores entre R$120 e R$125", aponta Brandalizze, indicando que a indústria encontra dificuldades para repassar ajustes ao consumidor final.

O mercado de trigo também reflete certa cautela. A safra de inverno dos Estados Unidos já está com 55% das lavouras plantadas, enquanto a Rússia registra uma produção menor. No Brasil, as condições climáticas ainda são um fator de incerteza, especialmente para os produtores do Rio Grande do Sul, que aguardam uma trégua das chuvas para iniciar a colheita de forma mais consistente.





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