Práticas sustentáveis e crédito de carbono modernizam o seguro rural para cafeicultores

O projeto “Cafeicultura Brasileira Sustentável – Sistema de Compensação de Crédito de Carbono na Apólice de Seguro Rural no Brasil” marca um novo passo na interseção entre sustentabilidade e segurança financeira para produtores. O acordo, firmado entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), o Conselho Nacional do Café (CNC) e a organização internacional ProNatura, busca beneficiar financeiramente os cafeicultores que implementarem práticas ambientalmente responsáveis.

A iniciativa permite que créditos de carbono gerados por essas práticas sejam usados como abatimento nas apólices de seguro rural. Assim, além de mitigar riscos climáticos, os produtores terão acesso a um seguro mais acessível, fortalecendo sua resiliência financeira. Esse modelo inovador combina proteção econômica e incentivo à adoção de técnicas sustentáveis, como o uso de adubação verde e compostos orgânicos, alinhadas às exigências dos mercados internacionais, especialmente da União Europeia.

Em uma fase inicial, a Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas (Cocatrel), com cerca de 8.500 cooperados, foi escolhida como piloto. A expectativa é que a aplicação desse modelo alcance 60 mil hectares, promovendo a sustentabilidade e reduzindo custos na produção de café. O projeto também estabelece uma métrica contínua para avaliação da pegada de carbono dos produtores, garantindo que o desempenho sustentável se reflita em benefícios financeiros tangíveis.

Com a assinatura do acordo, estudos já estão em andamento para definir os percentuais de desconto e o formato exato do benefício. A participação dos produtores será condicionada à adesão voluntária às práticas sugeridas, que já fazem parte das atividades cotidianas de muitos cafeicultores, e ao cumprimento das metas estabelecidas para redução de emissões de carbono.

O projeto reflete a crescente demanda por soluções que combinem sustentabilidade e viabilidade econômica, oferecendo um caminho para transformar as práticas agrícolas e fortalecer a posição do Brasil como líder no mercado global de café sustentável. Além de criar valor para o produtor, essa abordagem visa consolidar a cafeicultura brasileira como referência em responsabilidade ambiental e inovação financeira no setor agro