Modernização da armazenagem agrícola é desafio urgente no Brasil
A falta de modernização nos armazéns agrícolas brasileiros compromete a qualidade e a competitividade da produção de grãos, gerando perdas significativas para o setor.
O setor de armazenagem agrícola no Brasil enfrenta uma crise de modernização que compromete o aproveitamento total da produção nacional de grãos. Everton Rorato, diretor comercial da PCE Engenharia, alerta que a falta de investimentos em tecnologia e inovação nos armazéns se tornou um dos principais gargalos do agronegócio brasileiro. Embora o Brasil siga ampliando sua produção de grãos, o déficit tecnológico nos sistemas de armazenagem afeta diretamente a qualidade e o valor da produção, limitando o potencial de crescimento e eficiência.
A estrutura de armazenagem no país conta com muitos armazéns operando equipamentos instalados há mais de duas décadas. Rorato explica que essa defasagem tecnológica vai além da infraestrutura física: os sistemas de controle e monitoramento, como termometria e umidade, em muitos casos, estão arcaicos e frequentemente manuais. “Os armazéns precisam de sensores modernos e sistemas automatizados que permitam monitoramento em tempo real, garantindo condições ideais de armazenagem e evitando perdas significativas”, observa Rorato. Ele enfatiza que, sem esses avanços, os produtores não conseguem acompanhar a evolução do setor, prejudicando a qualidade do produto armazenado e, consequentemente, seu valor no mercado.
Para ilustrar a importância de atualizar a tecnologia nos armazéns, Rorato destaca a “armazenagem de precisão”. Esse conceito visa integrar tecnologia e dados, utilizando sensores que medem temperatura, umidade e até a velocidade do fluxo de grãos dentro dos armazéns. Equipamentos de controle automatizados, conectados à nuvem e equipados com inteligência artificial, oferecem aos gestores dados precisos, permitindo ajustes rápidos e estratégicos, sem depender apenas do operador humano. “Com os sistemas de controle automatizados, o gestor consegue monitorar o armazém à distância e garantir que todas as variáveis estejam em níveis ótimos, preservando a qualidade dos grãos”, explica.
A falta de modernização também gera dificuldades operacionais que se tornam evidentes em períodos de colheita. Segundo Rorato, com equipamentos defasados e estruturas limitadas, muitos armazéns não conseguem atender à demanda crescente e sofrem com filas e atrasos no descarregamento de caminhões, gerando sobrecarga no sistema e deterioração dos grãos. “Os armazéns precisam ter capacidade para operar em um ritmo compatível com a alta produtividade no campo, e para isso é essencial investir em maquinário que atenda a essa velocidade e intensidade de trabalho”, afirma.
Para combater essas dificuldades, a PCE Engenharia, empresa de Rorato, tem investido em tecnologias voltadas para otimizar a gestão de pós-colheita. A empresa aposta em soluções que permitem modernizar e atualizar os armazéns já existentes, sem a necessidade de construções do zero. "A atualização de equipamentos antigos é uma alternativa prática para muitos produtores, possibilitando ganhos de eficiência com menos custos e, ao mesmo tempo, aumentando a durabilidade das instalações", comenta.
O futuro da armazenagem passa pela adoção de tecnologias de ponta, como a inteligência artificial, que pode prever condições e necessidades de ajuste, reduzindo erros humanos e otimizando o processo. "Os armazéns do futuro serão mais autônomos, monitorando e ajustando as condições de forma inteligente, o que deve ser encarado como uma necessidade para os próximos anos", conclui Rorato.
A atualização e modernização da infraestrutura de armazenagem agrícola são passos fundamentais para que o Brasil continue crescendo no mercado global e aproveitando todo o potencial de sua produção agrícola, que segue batendo recordes ano após ano.
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