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,21/11/2024

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Brasil e Argentina podem ganhar com nova tarifa chinesa

O estudo da National Corn Growers Association revela que novas tarifas da China sobre produtos agrícolas dos EUA podem beneficiar Brasil e Argentina, mas desafios persistem.


Brasil e Argentina podem ganhar com nova tarifa chinesa

Por: Luciano Alegre


Recentemente, um estudo conduzido pela National Corn Growers Association e American Soybean Association analisou os potenciais impactos de novas tarifas chinesas sobre as exportações de soja e milho dos Estados Unidos. Caso implementadas, essas tarifas poderiam beneficiar diretamente os agricultores sul-americanos, principalmente no Brasil e na Argentina. A análise aponta um cenário complexo, com impactos positivos e negativos para os produtores da América do Sul, impulsionados pela redistribuição de mercado e pelo aumento de preços, mas também acompanhados de desafios ambientais e de dependência econômica.

Desde a guerra comercial de 2018 entre China e Estados Unidos, a relação entre os dois países vem oscilando. Naquele ano, os EUA aplicaram tarifas sobre produtos chineses, o que desencadeou uma retaliação da China sobre várias mercadorias americanas, incluindo produtos agrícolas. Como resultado, os agricultores dos EUA sofreram perdas superiores a US$ 27 bilhões em exportações agrícolas, sendo a China responsável por cerca de 95% dessas perdas. A fase mais recente das negociações, o “Acordo de Fase I” de 2020, buscou reverter parte desses danos, mas com volumes de exportação ainda aquém das metas, especialmente devido a problemas logísticos e à crise da cadeia de suprimentos causada pela pandemia.

Os impactos positivos para a América do Sul são um possível aumento nas exportações, uma valorização nos preços locais devido ao aumento do prêmio de exportação e um novo momento de expansão de áreas agrícolas. Cabe lembrar um dos fatores de formação de preço de soja, a cotação na bolsa de Chicago, pode enfrentar quedas devido à redução da demanda Chinesa por produtos norte americanos. A velha lei da oferta e demanda.

Existem alguns desafios a serem enfrentados:  a pressão de expansão sobre áreas de vegetação nativa, particularmente no Brasil. A dependência da China como principal mercado e uma competição regional intensificada, visto que, Brasil e Argentina no longo prazo podem ser competidores diretos pelo mesmo mercado, trazendo então uma pressão negativa sobre os preços locais.

Embora o aumento nas exportações e na rentabilidade seja animador, os desafios associados à sustentabilidade e à dependência de um único mercado destacam a importância de políticas estratégicas. 

A América do Sul, nesse cenário, deve buscar fortalecer práticas agrícolas que integrem sustentabilidade e diversificação de mercado, assegurando que o crescimento do setor beneficie tanto a economia quanto o meio ambiente.

Estamos preparados para um ciclo de estratégias de comercialização mais dependentes do prêmio de exportação? Qual estratégia deve ser adotada pelo seu negócio para aproveitar este ciclo? Tenho certeza que todas elas passam por saber o ponto de equilíbrio de seus custos.

Pense nisso e até o nosso próximo momento AgroFinanceiro. Quem quiser, nos acompanhar nas redes sociais, é só seguir o @olucianoalegre no Instagram. 

Até mais...


*Luciano dos Santos Alegre, Engenheiro Agrônomo e especialista em finanças, consultor para empresas rurais em todo o Brasil com mais de 10 anos de experiência no agronegócio. 





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