O relatório de novembro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) trouxe ajustes significativos nas previsões de oferta e demanda global para culturas essenciais como soja, milho e trigo. A atualização reflete uma série de fatores, desde condições climáticas adversas até oscilações nos estoques finais, com repercussões em mercados globais.

Soja

Para a soja, o USDA reduziu a projeção de produtividade dos Estados Unidos de 3,6 toneladas por hectare para 3,5 toneladas, o que impacta a produção total, agora estimada em 121,4 milhões de toneladas, ante 124,7 milhões previstas anteriormente. Essa redução acompanha a baixa nos estoques finais do país, ajustados para 12,8 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 15 milhões de toneladas. A queda também se reflete globalmente, com os estoques mundiais estimados agora em 131,7 milhões de toneladas, uma redução em relação aos 134,6 milhões projetados em outubro.

Milho

No caso do milho, a produtividade nos EUA também foi revista para baixo, com uma redução de 11,54 para 11,49 toneladas por hectare. Isso traz a produção norte-americana para 384,6 milhões de toneladas, em comparação com as 386,2 milhões previstas anteriormente. A China, maior importadora mundial, diminuiu sua previsão de importação de milho de 19 para 16 milhões de toneladas, o que contribui para a queda nos estoques globais, agora estimados em 304 milhões de toneladas, três milhões a menos que a previsão anterior.

Trigo

A produção de trigo, outra commodity central, também passou por revisões. No Brasil, a estimativa de produção foi reduzida para 8,5 milhões de toneladas, enquanto a Argentina, também enfrentando desafios climáticos, teve sua previsão ajustada para 17,5 milhões de toneladas, abaixo das 18 milhões projetadas anteriormente. Na Rússia, a produção de trigo foi reduzida para 81,5 milhões de toneladas. No cenário global, o consumo aumentou de 797 para 799 milhões de toneladas, o que pressiona ainda mais a oferta.

Essas revisões destacam uma dinâmica volátil nos mercados de grãos, influenciada por fatores climáticos e pela demanda variável de grandes importadores como a China. Os ajustes apontam para uma expectativa de menor oferta, que pode repercutir em alta de preços e restrições adicionais para mercados dependentes de importações.