Intensificação do plantio eleva chances de acidentes com máquinas
A aceleração do plantio da safra de soja 2024/25, impulsionada pelo atraso das chuvas, eleva os riscos operacionais e de acidentes no campo.
Com o avanço das chuvas, a safra de soja 2024/25 apresenta um ritmo acelerado de plantio, buscando compensar o atraso inicial devido à irregularidade climática em boa parte das regiões produtoras. Segundo a consultoria AgRural, até 7 de novembro, 67% da área total já havia sido semeada, mas a pressa traz desafios para os produtores, incluindo maior risco de acidentes no campo.
Desafios climáticos e impacto no plantio
O início da temporada foi marcado por chuvas irregulares, dificultando o preparo das áreas e atrasando a semeadura em estados importantes como Mato Grosso e Goiás. O monitoramento da FF Seguros indica melhora gradual nos níveis de umidade do solo, mas os índices pluviométricos em outubro ficaram abaixo de anos anteriores, como 2021, quando a seca provocou sérios prejuízos à produção agrícola.
A redução da janela ideal de plantio da soja impacta diretamente o planejamento da segunda safra, especialmente a de milho. Para plantar dentro de um prazo reduzido, os agricultores têm intensificado o uso de maquinário, prática que eleva a probabilidade de acidentes no campo, como explica Roberto Zuardi, coordenador de sinistros agrícolas da FF Seguros. “O uso contínuo e apressado das máquinas aumenta as chances de tombamentos, colisões e outros incidentes que podem comprometer o plantio e gerar prejuízos significativos.”
Cuidados e prevenção no uso de maquinário
A preparação adequada do terreno é fundamental para evitar danos às plantadeiras e demais implementos. Zuardi recomenda a inspeção prévia dos talhões para remover obstáculos como pedras, galhos e tocos, que podem danificar componentes essenciais da semeadora. “A atenção a detalhes no preparo do terreno reduz significativamente os riscos de danos às máquinas, que operam muito próximas ao solo”, destaca.
Outro ponto crítico é a manutenção preventiva das máquinas agrícolas. Equipamentos submetidos a esforços intensos durante o plantio sem intervalos adequados de manutenção estão mais suscetíveis a falhas mecânicas ou elétricas.
Seguros como aliados do produtor
Para mitigar os riscos, muitos agricultores recorrem a seguros específicos. As apólices da modalidade patrimonial rural ou de penhor rural protegem contra acidentes, roubos e até eventos climáticos extremos. Adicionalmente, os produtores podem incluir coberturas específicas, como incêndios e explosões.
Casos como o tombamento de uma semeadora em dezembro de 2023, que resultou em deformações graves no equipamento, exemplificam a importância dessa proteção. “O sinistro gerou uma indenização de R$ 148,5 mil, garantindo a reposição do maquinário e a continuidade das operações do produtor”, relata Diego Caputo, gerente comercial de cooperativas da seguradora.
Principais causas de sinistros
Levantamento da FF Seguros entre 2020 e 2024 apontou que 80% dos sinistros envolvendo semeadoras são provocados por acidentes de causas externas, como tombamentos e colisões. Danos elétricos representam 10% das ocorrências, enquanto incêndios e outros fatores respondem pelos 10% restantes. Esses dados reforçam a necessidade de planejamento e prevenção como ferramentas indispensáveis para minimizar os riscos.
Com os desafios de uma safra marcada por condições adversas, o equilíbrio entre rapidez e segurança se torna essencial para evitar prejuízos e garantir a produtividade nas lavouras.
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