Em um discurso inflamado realizado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, o deputado estadual Antônio Carlos Arantes (PL-MG) reforçou a importância do agronegócio para a economia brasileira e rebateu críticas de setores ambientais que responsabilizam o setor agropecuário pelas emissões de gases de efeito estufa. Arantes chamou a atenção para a necessidade de equilibrar sustentabilidade e desenvolvimento econômico, ressaltando o impacto positivo do agro no Produto Interno Bruto (PIB) e em outros setores da economia.

“O Brasil e o mundo dependem do produtor rural para comer, viver, gerar emprego e renda. Sem agro, não há futuro”, afirmou o parlamentar, em tom crítico às acusações que atribuem à agropecuária um papel central na emissão de dióxido de carbono (CO₂).

O papel do agro no PIB e na economia nacional

Arantes destacou que o agronegócio representa cerca de 22% do PIB nacional, com efeitos diretos e indiretos em diversos setores, como a indústria e os serviços. Segundo o deputado, o impacto do setor vai além da produção de alimentos, movimentando indústrias de máquinas agrícolas, transporte e até o comércio local nas cidades do interior.

“O agro não é só comida na mesa. É trator nas lavouras, caminhão na estrada, indústria funcionando e mercado vendendo. Se o agro parar, a economia desaba”, argumentou. Ele ainda criticou a metodologia usada pelo IBGE para calcular o impacto do setor no PIB, afirmando que a contribuição real pode ser ainda maior.

Debate sobre sustentabilidade e emissões de CO₂

O deputado refutou veementemente estudos que atribuem ao gado brasileiro um papel central na emissão de gases de efeito estufa. Ele citou pesquisas realizadas pela Embrapa em São Carlos (SP), que apontam diferenças significativas entre o sistema produtivo brasileiro e os de países como Japão e da Europa. De acordo com Arantes, o Brasil, por ser um país tropical com maior incidência de luz solar, tem uma dinâmica ambiental que favorece a neutralização de emissões.

“Somos um país com 14 horas de insolação diária, o que permite que o nosso solo e a vegetação absorvam muito mais carbono do que países de clima temperado”, afirmou.

Críticas aos “ambientalóides” e defesa do setor

No discurso, Arantes usou um tom ácido para se referir a críticos do agronegócio, chamando-os de “ambientalóides” e pedindo que busquem mais esclarecimento sobre o setor. Ele reconheceu a relevância das discussões sobre aquecimento global e sustentabilidade, mas criticou o que chamou de “visão limitada” de alguns grupos.

“Precisamos, sim, discutir sustentabilidade. Mas temos que saber do que estamos falando. Acusar o agro de poluidor, sem levar em conta o contexto brasileiro, é desinformação”, disse.

O parlamentar também enfatizou o papel do agro na segurança alimentar global, abastecendo mais de um bilhão de pessoas fora do Brasil. Ele reforçou que, sem o trabalho dos produtores rurais, não há como garantir comida na mesa ou crescimento econômico.

Impactos para além do campo

Para ilustrar a dependência de outros setores do agronegócio, Arantes mencionou como o PIB de serviços também é influenciado diretamente pela produção rural. Citou como exemplo a movimentação econômica gerada por comerciantes, bares e indústrias nas cidades do interior mineiro.

“O agro não gera só alimento, gera mercado, empregos e consumo. Sem ele, o comércio fecha, a indústria para e as cidades definham”, afirmou.

O discurso do deputado provocou reações no plenário e nas redes sociais, com apoiadores ressaltando a necessidade de valorizar o setor e críticos cobrando maior atenção às questões ambientais. A fala acendeu o debate sobre como equilibrar desenvolvimento econômico e sustentabilidade em um país que depende profundamente do agronegócio para sua economia.