O governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, se manifestou de forma contundente contra a decisão do grupo Carrefour de restringir a compra de carne de países da América do Sul, incluindo o Brasil. Mendes classificou a medida como uma resposta à pressão de produtores rurais franceses diante das negociações do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia.

De acordo com o governador, a decisão do Carrefour, que também controla a rede Atacadão no Brasil, foi tomada em alinhamento com interesses do agronegócio francês, que frequentemente enfrenta dificuldades para competir com o setor agropecuário brasileiro. Mendes apontou que a questão extrapola o comércio e envolve disputas sobre competitividade.

"Os produtores franceses não conseguem competir com o agronegócio brasileiro e recorrem a artifícios como esses. O Carrefour embarcou nessa onda", declarou o governador.

Mendes também questionou a narrativa ambiental frequentemente associada a medidas restritivas contra produtos brasileiros. "Isso é conversa fiada. Muitas vezes o meio ambiente é usado como desculpa para criar barreiras contra o nosso agronegócio", afirmou.

O governador destacou que, embora o Carrefour tenha o direito de escolher seus fornecedores, os consumidores brasileiros também têm autonomia para decidir onde comprar. Ele sugeriu que a decisão do Carrefour poderia justificar um boicote aos produtos da rede.

"Se o Brasil não serve para vender carne para eles, então eles também não servem para vender seus produtos aqui", disse Mendes, reiterando a necessidade de reciprocidade nas relações comerciais.

Ele foi além ao propor que produtores e consumidores brasileiros reavaliem seu relacionamento com a empresa. "Quem é do agronegócio brasileiro, diante desse tipo de tratamento, poderia pensar em fazer a mesma coisa. Devemos dar ao Carrefour o mesmo tratamento que estão dando ao nosso país."

A declaração de Mauro Mendes gerou repercussão, especialmente entre produtores rurais e representantes do setor agropecuário. A medida do Carrefour foi amplamente interpretada como um reflexo das pressões políticas e comerciais enfrentadas no mercado europeu, onde o agronegócio brasileiro é visto como um concorrente de peso.