Sustentabilidade no campo: organominerais ganham espaço no café
Cafeicultores brasileiros adotam fertilizantes organominerais, reduzindo químicos e elevando a sustentabilidade e a qualidade do café.
O Brasil, maior produtor e exportador de café do mundo, mantém uma posição de destaque no cenário global, sendo responsável por cerca de 38% da produção mundial. Em busca de maior sustentabilidade e eficiência, os cafeicultores têm recorrido ao uso de fertilizantes organominerais, que combinam matéria orgânica e nutrientes minerais, contribuindo para a saúde do solo e a redução de agroquímicos.
Para Maycon Cardoso, produtor de Brejetuba, no Espírito Santo, os organominerais representam uma mudança significativa no manejo da lavoura. “Esses fertilizantes trazem benefícios para a planta e para o solo. Acredito que eles podem até impactar positivamente a qualidade final do grão”, afirma o cafeicultor, que recentemente passou a utilizar produtos à base de cama de aves.
O uso de resíduos orgânicos na formulação desses fertilizantes, como a cama de aves, é apontado como um exemplo de economia circular aplicada ao campo. O consultor em cafeicultura Nilton Rezende Junior destaca que essa abordagem atende às exigências de mercados internacionais. “Os consumidores valorizam produtos com menor impacto ambiental. Fertilizantes organominerais oferecem essa vantagem, melhorando o solo e reduzindo a dependência de químicos”, explica.
No caso dos fertilizantes desenvolvidos pela Terraplant, a tecnologia aplicada à matéria-prima orgânica visa melhorar as condições físicas, químicas e biológicas do solo, além de garantir uma nutrição equilibrada para as plantas. Alex Becker, doutor em Solos e Coordenador de Pesquisa da empresa, ressalta que o equilíbrio de nutrientes é essencial para o desempenho das lavouras. “As plantas necessitam de 16 nutrientes para completar seu ciclo, e nossos produtos contêm 13 deles, garantindo um suporte completo ao desenvolvimento”, afirma.
Além dos benefícios agronômicos, a adoção dos organominerais está alinhada às exigências de certificações ambientais, cada vez mais requisitadas por compradores internacionais. “Certificações ambientais são um diferencial competitivo no mercado global, especialmente para cafés especiais”, observa Nilton Rezende Junior.
Outra vantagem apontada pelos especialistas é a facilidade de aplicação dos fertilizantes. A granulometria exclusiva do produto facilita sua distribuição uniforme na lavoura, aumentando a eficiência do manejo. “Essa característica evita problemas operacionais e garante uma aplicação eficiente, otimizando o trabalho no campo”, completa Nilton.
Com a crescente demanda por produtos sustentáveis, o uso de fertilizantes organominerais deve ganhar ainda mais espaço no setor cafeeiro brasileiro. A prática contribui para a preservação ambiental, além de fortalecer a posição do café brasileiro como referência em qualidade e inovação no mercado global.
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