Rio Verde enfrenta chuvas irregulares no início da safra de soja 2024/25
Safra 2024/25 em Rio Verde começa com chuvas abaixo do esperado, mas registra recuperação nos 60 dias iniciais, apontam dados do SIAG.
O início da safra de soja 2024/25 em Rio Verde e no Sul de Goiás trouxe desafios climáticos significativos, segundo análise do Sistema de Informações Agrometeorológicas para o Sudoeste Goiano (SIAG CEAGRE-CEMPA). Dados indicam que o período chuvoso começou atrasado, comprometendo as condições ideais para a semeadura da soja na região.
De acordo com os registros, apenas 36% das estações meteorológicas monitoradas pelo SIAG reportaram volumes de chuva iguais ou superiores à média climatológica de 130 mm nos primeiros 30 dias da safra. Cerca de 40% dos registros apresentaram um acumulado de até 105 mm, indicando um cenário de precipitação insuficiente para o início das atividades agrícolas. “O atraso no início das chuvas foi um ponto crítico, demandando maior planejamento por parte dos produtores”, destacou Fernando Rodrigues Cabral Filho, pesquisador do CEAGRE.
Apesar do início irregular, os dados revelam uma melhora significativa a partir de outubro, com o estabelecimento do período chuvoso em novembro. No intervalo de 60 dias do início da safra, a média acumulada de chuvas em Rio Verde foi de 358 mm, superando a normal climatológica de 342 mm para o período. Isso representa um cenário mais favorável em comparação às safras anteriores, que registraram médias de 328 mm (2023/24) e 343 mm (2022/23). “É importante observar a recuperação do volume de chuvas, garantindo melhores condições para o desenvolvimento das lavouras”, acrescentou Angel Domínguez Chovert, também do CEAGRE.
Os dados, porém, variam entre as estações meteorológicas, com alguns pontos registrando valores abaixo da normal climatológica tanto no período de 30 quanto de 60 dias. Na safra 2024/25, dois registros ficaram abaixo da média nos primeiros 60 dias, enquanto, em 2023/24, esse número subiu para seis. “A distribuição das chuvas também é um aspecto crítico, considerando os impactos diretos na capacidade de infiltração e armazenamento de água no solo”, explicou Milena Pereira Dantas, pesquisadora no CEMPA.
Além do volume, a qualidade das precipitações foi apontada como um fator determinante. Chuvas bem distribuídas e de intensidades moderadas são fundamentais para evitar períodos de estiagem ou alagamentos que prejudiquem o manejo agrícola.
A análise reflete a necessidade de estratégias climáticas mais robustas no planejamento agrícola, especialmente diante de variações sazonais. Para os produtores de Rio Verde e do Sul de Goiás, o monitoramento constante e o uso de tecnologias de precisão são ferramentas indispensáveis para maximizar a produtividade em cenários de instabilidade climática.
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