Janela climática estimula o plantio de milho segunda safra
A segunda safra de milho ganha força com janela climática favorável e estratégias de manejo focadas em produtividade e sustentabilidade.
Com a conclusão do plantio da soja, produtores brasileiros voltam suas atenções para o milho safrinha. Dados recentes apontam uma janela de plantio favorável, especialmente em estados como Goiás e Mato Grosso, onde mais de 90% das áreas apresentam riscos baixos ou médios de cultivo. Essa condição reforça o otimismo em relação à produtividade da cultura nesta safra.
De acordo com Gustavo Corsini, gerente de marketing regional da IHARA, o planejamento eficiente da safra de soja foi fundamental para ampliar a janela do milho. "Mesmo com o atraso inicial das chuvas, os produtores conseguiram organizar o plantio de soja de forma rápida e eficiente, garantindo condições ideais para a implantação do milho safrinha", explica.
Planejamento e tecnologia asseguram bons resultados
Entre os fatores críticos para o sucesso do milho safrinha estão a escolha do híbrido, a preparação do solo e o manejo integrado de pragas e doenças. Corsini destaca que a janela ideal para o plantio varia entre o final de janeiro e meados de fevereiro, dependendo da região. "Respeitar essa janela reduz o risco de perdas causadas pela irregularidade das chuvas e garante um maior potencial produtivo", reforça.
Outro ponto relevante é o uso de tecnologia e insumos de alta qualidade. Corsini sugere atenção redobrada ao controle de pragas, como cigarrinhas e percevejos, que têm impacto direto na produtividade. “A cigarrinha do milho, além de sugar a seiva, transmite patógenos que prejudicam severamente a produção. Um manejo eficiente, combinando estratégias biológicas, químicas e culturais, é essencial para minimizar os danos.”
Sustentabilidade aliada à produtividade
O milho safrinha também desempenha um papel estratégico na rotação de culturas, contribuindo para o controle de plantas daninhas e doenças recorrentes na soja. Essa prática melhora a sanidade do solo e aumenta a rentabilidade no longo prazo.
A sustentabilidade está diretamente relacionada à produtividade. "Produzir mais em menos área é um dos maiores desafios, mas é também uma das soluções para garantir a viabilidade ambiental e econômica do sistema agrícola", ressalta Corsini. Ele ainda destaca que o manejo correto, alinhado a boas práticas agronômicas, ajuda a equilibrar produtividade, rentabilidade e preservação ambiental.
Cenário de mercado e viabilidade econômica
Apesar de oscilações nos preços da saca de milho, a cultura permanece atrativa, desde que o foco esteja na produtividade. Em Goiás, por exemplo, o valor atual de R$ 58 por saca ainda assegura rentabilidade para produtores que alcançam médias acima de 120 sacas por hectare.
Além disso, a ampla demanda por milho, tanto no mercado interno quanto externo, consolida sua posição como uma das culturas mais rentáveis e seguras do agronegócio brasileiro. “O milho é uma commodity de fácil comercialização, o que proporciona maior segurança ao agricultor mesmo em cenários de preços voláteis”, pontua Corsini.
Desafios e soluções para a safra
Entre os principais desafios enfrentados pelos produtores estão o controle de pragas, doenças e plantas daninhas. Além da cigarrinha, o pé-de-galinha e as manchas foliares merecem atenção. Corsini sugere que o manejo seja planejado desde o início da safra, com medidas preventivas e corretivas adequadas.
“A integração de tecnologias de ponta com práticas de manejo sustentável é a chave para que o milho safrinha continue desempenhando um papel fundamental no agronegócio brasileiro”, conclui.
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