Cultivares resistentes são chave no controle da ferrugem asiática
Primeiros casos de ferrugem-asiática da soja na safra 2024/2025 são registrados em São Paulo, destacando o manejo como ferramenta essencial.
O Consórcio Antiferrugem registrou, no último dia 26 de novembro, os primeiros casos de ferrugem-asiática da soja na safra 2024/2025. A identificação foi feita em lavouras comerciais nos municípios de Itaberá e Itapetininga, no estado de São Paulo. O diagnóstico foi confirmado por técnicos das empresas Sipcan Agro e G12 Agro. A ocorrência segue o padrão observado em anos anteriores, com as primeiras infecções geralmente registradas no final de novembro ou início de dezembro, conforme explicou a pesquisadora Claudia Godoy, da Embrapa Soja, durante o Webinar Manejo de Doenças da Soja, realizado na última quinta-feira (28).
Godoy ressaltou que a ferrugem-asiática é uma das principais doenças que afetam a soja no Brasil, limitando o potencial produtivo das lavouras. “As condições climáticas desempenham um papel determinante na manifestação da doença, que pode variar de intensidade conforme a safra e a região”, afirmou.
Desafios do manejo integrado
O Brasil já identificou mais de 40 doenças que afetam a cultura da soja, causadas por fungos, bactérias, nematoides e vírus. A ferrugem-asiática, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, é considerada uma das mais severas devido à sua capacidade de rápida disseminação e ao impacto significativo na produtividade.
Godoy destacou que o manejo integrado de doenças é a melhor estratégia para enfrentar os desafios fitossanitários. “É fundamental o uso de cultivares resistentes, aliado ao controle químico com fungicidas registrados e de comprovada eficácia”, explicou. Segundo ela, o acompanhamento constante de informações sobre as condições climáticas e a ocorrência da doença também é crucial para o sucesso do manejo.
Os dados mais recentes do Consórcio Antiferrugem mostram que o monitoramento contínuo tem permitido identificar precocemente focos de ferrugem em diferentes regiões do Brasil. No ciclo anterior, a rápida detecção e as estratégias de manejo implementadas evitaram perdas significativas em várias lavouras.
Ferramentas e soluções disponíveis
O uso de cultivares geneticamente resistentes tem sido uma solução amplamente recomendada. No entanto, a pesquisadora alertou que nenhuma estratégia isolada é suficiente para controlar a doença. A integração de medidas como a rotação de culturas, o vazio sanitário e a aplicação criteriosa de fungicidas são essenciais.
Outro aspecto destacado durante o webinar foi a importância de treinamentos e capacitações para técnicos e produtores. Segundo Godoy, eventos como o promovido pela Embrapa Soja são indispensáveis para disseminar informações técnicas atualizadas sobre manejo de doenças.
Perspectivas para a safra atual
As condições climáticas registradas até o momento indicam que o avanço da ferrugem-asiática deve seguir um padrão semelhante ao observado em anos anteriores. Com o monitoramento intensificado em áreas de maior risco, os produtores podem implementar estratégias preventivas e minimizar os impactos da doença.
O alerta da Embrapa e os registros do Consórcio Antiferrugem reforçam a necessidade de atenção redobrada dos agricultores neste início de safra. O sucesso no manejo das doenças dependerá da adoção de práticas integradas e da utilização de ferramentas disponíveis no mercado para proteção das lavouras.
Para informações detalhadas e acompanhamento em tempo real dos focos de ferrugem-asiática, os produtores podem acessar o portal do Consórcio Antiferrugem.
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