Estratégias para integrar lavoura, pecuária e sustentabilidade
Integração de culturas aumenta produtividade, melhora solos e reduz custos no agronegócio brasileiro, aponta especialista.
A integração de culturas como soja, milho e pastagens, incluindo a braquiária, tem ganhado espaço no agronegócio brasileiro como uma prática eficiente para elevar a produtividade e promover a sustentabilidade do solo. Bruno Eduardo da Silva Kavamura, engenheiro agrônomo e representante de vendas da Sell Agro, destacou em entrevista ao Agro e Prosa os benefícios dessa abordagem, que combina aumento de rendimento com preservação ambiental.
“O consórcio de culturas é uma alternativa que traz múltiplos benefícios, como a proteção do solo, a retenção de umidade e a quebra do ciclo de pragas e doenças”, afirmou Cavamura. Ele destacou que práticas como o cultivo intercalado de braquiária com grãos proporcionam uma cobertura vegetal capaz de reduzir a compactação do solo, além de criar condições ideais para a retenção de água.
Cobertura vegetal e redução de perdas
Segundo Cavamura, a braquiária desempenha um papel relevante no consórcio de culturas. Sua palhada, além de proteger o solo contra erosão, mantém a umidade necessária para o bom desenvolvimento de culturas subsequentes. “A matéria orgânica deixada pela braquiária reduz drasticamente a evaporação da água, o que se torna fundamental em períodos de estiagem. Além disso, ela funciona como uma barreira física que inibe o crescimento de plantas daninhas, diminuindo o uso de herbicidas”, explicou.
Essa proteção é especialmente relevante em regiões sujeitas a condições climáticas adversas, como estiagens prolongadas ou chuvas intensas que causam erosão. Kavamura destacou que a cobertura vegetal contínua também favorece a ciclagem de nutrientes, uma vez que as raízes da braquiária alcançam camadas profundas do solo e trazem nutrientes à superfície.
Rotação e diversificação como ferramentas contra doenças
Outro ponto enfatizado pelo agrônomo foi o papel da diversificação no controle de doenças e pragas. “Culturas como soja e milho, quando intercaladas com pastagens, quebram o ciclo de patógenos específicos e ajudam a preservar a saúde do solo”, disse. Ele ressaltou que a alternância entre gramíneas e leguminosas, como braquiária e soja, equilibra as relações de carbono no solo, melhorando sua estrutura e fertilidade.
Essa estratégia tem impacto direto na redução de custos operacionais, uma vez que áreas com menor incidência de pragas demandam menos defensivos químicos. Além disso, a prática contribui para a preservação dos microrganismos benéficos no solo, essenciais para a agricultura regenerativa.
Integração lavoura-pecuária como diferencial competitivo
A integração lavoura-pecuária foi apontada por Cavamura como uma prática que eleva a produtividade por hectare e ajuda a ampliar a rentabilidade do produtor. “Ao introduzir a braquiária como pastagem após a colheita de grãos, o agricultor pode criar uma terceira safra, voltada para a produção de carne. Isso otimiza o uso da terra e melhora o retorno financeiro”, explicou.
O agrônomo também chamou a atenção para os desafios logísticos e gerenciais dessa prática, que exige planejamento minucioso e coordenação entre os responsáveis pelas áreas de lavoura e pecuária. “É fundamental que as operações sejam bem alinhadas para evitar conflitos no uso da terra, especialmente na época de plantio”, afirmou.
Avanços técnicos e resultados práticos
Kavamura compartilhou o exemplo de uma propriedade em Jaciara, Mato Grosso, onde o consórcio de culturas vem sendo aplicado com sucesso. “Essa fazenda adota práticas como a rotação entre soja e braquiária, garantindo uma cobertura vegetal densa e eficiente. Os resultados mostram um aumento significativo na produtividade e uma redução expressiva nos custos com herbicidas e correção do solo”, relatou.
Para ele, o consórcio de culturas representa uma evolução no manejo agrícola, permitindo ao produtor rural aliar sust
COMENTÁRIOS