Goiás bate recorde com 3,7 mil toneladas de pequi
Produção de pequi em Goiás cresceu 21,8% em 2023, atingindo 3,7 mil toneladas, com destaque para o Nordeste goiano, que liderou a colheita.
A produção de pequi em Goiás alcançou 3,7 mil toneladas em 2023, um crescimento de 21,8% em relação ao ano anterior. Os números, que representam um recorde histórico na série de extração do fruto no estado, foram divulgados na edição de novembro do Agro em Dados e destacam o potencial econômico e cultural do pequi, símbolo do Cerrado brasileiro.
Os municípios do Nordeste goiano foram os maiores responsáveis por este marco. Sítio d’Abadia liderou a produção com 989 toneladas, seguido por Damianópolis, com 599 toneladas, e Mambaí, com 385 toneladas. A região se consolida como o principal polo da atividade no estado.
De acordo com o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás (Seapa), Pedro Leonardo Rezende, a exploração do pequi traz impactos diretos para a economia local. “A produção de pequi pode contribuir para o crescimento econômico de regiões com potencial produtivo ainda pouco explorado, gerando mais empregos e melhoria de renda para populações carentes”, afirma.
Além de ser o carro-chefe do crescimento na extração de produtos alimentícios em Goiás no ano passado, o pequi representou 37,1% do valor total de produção da extração vegetal no estado. O fruto gerou R$ 5,65 milhões em 2023, segundo dados da Pesquisa Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS), realizada pelo IBGE.
O Fruto do Cerrado
O pequi, proveniente do pequizeiro (Caryocar brasiliense), é amplamente encontrado no Cerrado brasileiro, especialmente em Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Tocantins. Seu nome deriva do tupi e significa "casca espinhosa", referência aos espinhos presentes no caroço.
Com tamanho semelhante ao de uma maçã, o pequi possui uma casca verde e uma polpa amarela e macia, que é a parte comestível e usada em pratos regionais como arroz com pequi e frango com pequi. Na culinária do Centro-Oeste e Nordeste, o fruto é reconhecido por seu sabor marcante e alta aceitação.
Além de seu uso gastronômico, o pequi é valorizado por suas propriedades nutricionais. Rico em antioxidantes, minerais como ferro e cálcio e compostos fenólicos, o fruto tem sido objeto de estudos que indicam benefícios para a saúde, incluindo efeitos antioxidantes, anti-inflamatórios e cardioprotetores.
Impactos Econômicos e Culturais
A cultura do pequi vai além da alimentação. O óleo extraído do fruto é utilizado nas indústrias cosmética e farmacêutica, ampliando sua relevância econômica. Pequenas comunidades locais também têm o pequi como uma importante fonte de renda, comercializando o fruto e seus derivados.
Com o avanço na produção e a crescente valorização do fruto no mercado, o pequi se reafirma como um dos pilares culturais e econômicos do Cerrado brasileiro. Além de preservar a biodiversidade, a extração sustentável do pequi oferece caminhos para o desenvolvimento regional e a melhoria da qualidade de vida nas áreas produtoras.
Arroz com pequi, prato típico da culinária goiana.
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