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,12/12/2024

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Planejamento sucessório no agronegócio preserva legado familiar

Sem planejamento estratégico, a sucessão familiar no agronegócio pode comprometer o legado, causar conflitos e ameaçar a sustentabilidade do negócio.


Planejamento sucessório no agronegócio preserva legado familiar

A sucessão familiar no agronegócio é um dos maiores desafios enfrentados pelas famílias que desejam manter seus negócios rurais sustentáveis e produtivos. A falta de um planejamento estratégico pode trazer prejuízos financeiros, conflitos familiares e até mesmo o fim de empreendimentos consolidados ao longo de gerações.

Segundo o advogado Rafael Sperotto, especialista em transações internacionais no agronegócio, a transição sem um plano bem definido pode custar de 6% a 8% do patrimônio familiar. "Muitas famílias não estão preparadas para essa transição, o que pode gerar incertezas e conflitos até internos", afirma.

Dados do IBGE mostram que 80% das empresas no Brasil são familiares, mas apenas 10% chegam à terceira geração e menos de 3% sobrevivem até a quarta. No setor agrícola, onde as empresas rurais têm forte ligação com as tradições familiares, esses números ressaltam a importância de tratar a sucessão como um tema estratégico.

O impacto da sucessão no agronegócio brasileiro

O agronegócio é responsável por mais de 21% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Além de sua relevância econômica, a atividade rural possui características únicas, como a alta valorização da terra e o impacto de fatores sazonais, climáticos e tecnológicos. "A complexidade dos perfis de investidores, desde pequenos produtores até grandes corporações, exige uma abordagem planejada, considerando aspectos legais, financeiros e operacionais", comenta Sperotto.

A resistência de gestores em abrir mão do poder e a falta de interesse da nova geração pelo trabalho no campo são desafios frequentes. Muitas vezes, os herdeiros preferem atuar como investidores, o que requer uma visão adaptativa da sucessão familiar. "A transferência não é apenas patrimonial, mas também de poder decisório e responsabilidades", explica o especialista.

Consultoria e preparação: aliados no processo

Para evitar conflitos e garantir a continuidade dos negócios, consultorias especializadas têm se tornado aliadas importantes das famílias do agronegócio. Empresas como a Ag4UP, por exemplo, ajudam a elaborar planos personalizados que alinham expectativas familiares com a realidade do mercado. "A cultura da empresa — seus valores, tradições e características únicas — deve ser preservada ou ajustada conforme necessário", pontua Sperotto.

Além de ajudar no alinhamento entre gerações, o momento da sucessão é uma oportunidade para modernizar a gestão. Tecnologias como agricultura de precisão, telemetria e sistemas de monitoramento estão cada vez mais presentes no campo, e os jovens, mais conectados às inovações tecnológicas, podem contribuir para a transformação digital das fazendas. "Embora a nova geração não tenha a mesma experiência prática, sua conexão com a tecnologia é um diferencial para o futuro dos negócios familiares", acrescenta.

Preparação é fundamental para evitar erros comuns

A sucessão deve ser tratada como um processo estruturado, com etapas claras, como a identificação e o preparo do sucessor, transferência de poder e gestão compartilhada entre gerações. Decisões precipitadas, como dividir o patrimônio igualmente entre os herdeiros, podem levar à falência ou à venda forçada da propriedade. "Cada situação exige análise detalhada. A divisão mal planejada pode ser desastrosa", alerta o especialista.

Outro ponto destacado é o levantamento de informações essenciais para a gestão da fazenda, como custos, receitas, histórico de safras e ativos imobilizados. "Sem dados concretos, é impossível tomar decisões estratégicas que garantam a sustentabilidade e o crescimento da empresa", conclui Sperotto.

O futuro da sucessão no agronegócio

A idade média dos produtores rurais brasileiros é de 46,5 anos, segundo a Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA), indicando que a sucessão será um tema ainda mais relevante nos próximos anos. Para garantir a continuidade e o sucesso dos negócios, é essencial integrar as expectativas das novas gerações com as necessidades do campo, sempre respeitando as particularidades de cada empreendimento rural.




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