Brasil lidera produção mundial de soja com inovação e tecnologia
Brasil, maior produtor e exportador de soja do mundo, alcança destaque com alta produtividade e inovação em biotecnologia, afirma Fernando Prudente.
O Brasil consolidou sua posição como o maior produtor e exportador de soja do mundo, destacando-se pela capacidade de aliar produtividade, tecnologia e sustentabilidade. Fernando Prudente, engenheiro agrônomo e diretor executivo da Bayer, ressaltou os avanços da cultura no país em entrevista ao programa Agro e Prosa, abordando desde sua história centenária até os desafios futuros.
“Somos o maior produtor e exportador mundial de soja e podemos afirmar que temos uma das agriculturas mais sustentáveis do planeta,” afirmou Prudente. Ele destacou que a soja brasileira é fundamental para o abastecimento alimentar global e para a economia nacional, sendo responsável por cerca de 40% do PIB agropecuário.
A Soja e a Transformação Econômica do Interior
A expansão da soja para os cerrados brasileiros nas décadas de 1970 e 1980 foi decisiva para transformar a realidade econômica e social de diversas regiões. Estados como Goiás, Mato Grosso e Bahia passaram de áreas com pouca infraestrutura a polos agrícolas altamente desenvolvidos.
“Quando você compara o interior do Brasil de 30 anos atrás com o atual, é visível o impacto que a soja trouxe em termos de desenvolvimento. Cidades cresceram, empregos foram gerados e a qualidade de vida melhorou significativamente,” observou Prudente.
Essa transformação econômica, no entanto, não veio sem desafios. O avanço exigiu investimentos em tecnologias agrícolas adaptadas às condições locais, sendo a biotecnologia uma das principais ferramentas para superar limitações.
O Papel da Biotecnologia na Produção de Soja
A biotecnologia é considerada um divisor de águas na produção de soja no Brasil. Desde o lançamento das primeiras variedades geneticamente modificadas na década de 1990, a produtividade da soja deu um salto significativo. A média nacional passou de cerca de 30 sacas por hectare na década de 1980 para 60 sacas atualmente, com muitos agricultores alcançando patamares superiores a 100 sacas por hectare.
“Os avanços em biotecnologia permitiram que a soja expressasse seu máximo potencial produtivo, ao mesmo tempo em que otimizamos o uso de insumos e preservamos recursos naturais,” explicou Prudente. Ele destacou o impacto de tecnologias como a soja RR Pro, que atualmente é cultivada em cerca de 90% das lavouras brasileiras.
Além de aumentar a produtividade, a biotecnologia tem sido fundamental para reduzir perdas causadas por pragas e plantas daninhas. “A integração de novas variedades resistentes e o manejo eficiente do solo são a base para o sucesso da soja no Brasil,” afirmou.
Sustentabilidade e Uso Eficiente de Recursos
Os ganhos em sustentabilidade também são expressivos. Segundo Prudente, o uso de biotecnologia contribuiu para a redução do consumo de defensivos agrícolas, água e óleo diesel. Um estudo realizado recentemente apontou uma economia de R$ 76 bilhões na última década, resultado direto da otimização dos processos de produção.
“A soja brasileira se destaca por uma pegada de carbono menor que a média mundial, reflexo de uma agricultura que alia tecnologia e respeito ao meio ambiente,” disse. Ele destacou ainda o papel do plantio direto, prática que protege o solo e mantém sua produtividade, possibilitada pelo avanço das biotecnologias aplicadas à soja.
Investimentos e Desafios Futuros
O futuro da soja no Brasil depende de continuidade em investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Prudente mencionou que novas tecnologias, como uma próxima geração de biotecnologias para soja, já estão em desenvolvimento e devem chegar ao mercado até 2027.
Ele também ressaltou a importância de garantir um ambiente de segurança jurídica para atrair mais investimentos. “O Brasil se tornou líder global por sua capacidade de inovar e oferecer um ambiente favorável ao desenvolvimento tecnológico, algo que diferencia o país de outros produtores, como a Argentina,” destacou.
Outro ponto levantado foi a necessidade de melhorar a comunicação sobre os benefícios da agricultura sustentável para a sociedade em geral. “Ainda há uma visão distorcida do agro em muitos centros urbanos, e é fundamental levar informação de qualidade para demonstrar o impacto positivo do setor,” concluiu Prudente.
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