Como seu negócio pode prosperar com o acordo UE-MERCOSUL?
Podemos estar diante de um bom acordo comercial devido à eficiência produtiva do agronegócio brasileiro, somos abençoados do ponto de vista de pluralidade de cultivos em nosso país.
Por: Luciano dos Santos Alegre
Hoje vamos falar sobre um tema que tem gerado grande expectativa no setor agrícola: o Acordo de Associação entre o Mercosul e a União Europeia. Este pacto, que uniu esforços por mais de duas décadas de negociação, promete criar uma das maiores zonas de livre comércio do mundo. Mas o que isso significa na prática para o agronegócio brasileiro, especialmente aqui no Centro-Oeste?
O acordo entre o Mercosul e a União Europeia vai reduzir ou eliminar tarifas de importação e exportação para uma ampla gama de produtos agrícolas e industriais. Isso significa que produtos brasileiros terão acesso facilitado ao mercado europeu, e o mesmo ocorrerá com os produtos europeus no mercado brasileiro. É como abrir uma grande porta para o comércio entre os dois blocos.
Produtos como carne bovina terão uma cota de 99 mil toneladas por ano com tarifa reduzida de 7,5%, atualmente as tarifas estão na casa de 12% a 20%. O Brasil teria direito a 42,5% dessa cota, o que corresponde a aproximadamente 42 mil toneladas.
No caso da soja, que já é isenta de tarifas, o acordo reforça a posição do Brasil como fornecedor estratégico de matéria-prima para ração animal na Europa.
A manga e o mamão, que têm potencial de crescimento em exportações, terão tarifa zerada imediatamente. Já o suco de laranja, que paga hoje tarifas acima de 12%, terá eliminação gradativa em até 10 anos. Um incentivo direto para a fruticultura e a agroindústria.
Produtos com indicação geográfica, como a cachaça e o café do Cerrado Mineiro, terão mais reconhecimento e espaço no mercado europeu, ganhando valor agregado e novas oportunidades.
Há também o outro lado da moeda, o Brasil verá a entrada facilitada de queijos, vinhos e laticínios europeus, que podem competir com os produtos locais, especialmente nas regiões onde esses mercados estão em expansão.
A União Europeia possui padrões rigorosos. Produtores de carne, por exemplo, precisam garantir rastreabilidade, bem-estar animal e sustentabilidade na produção.
Hoje, a carne bovina enfrenta tarifas de importação de até 20% na Europa. Com o acordo, uma parte das exportações brasileiras poderá acessar o mercado europeu com tarifas bem reduzidas, dentro da cota.
O açúcar, que paga tarifas de cerca de 11%, será beneficiado por uma cota anual de 180 mil toneladas com tarifa zero. Um impacto direto para o setor sucroenergético.
Etanol também terá cotas preferenciais, com 450 mil toneladas por ano para uso industrial e 200 mil toneladas para outros fins, estimulando a produção nacional.
O Centro-Oeste, como coração do agronegócio brasileiro, está particularmente bem posicionado, a pecuária será uma das principais beneficiadas. A região é responsável por boa parte da produção exportada de carne bovina e poderá ter maior acesso ao mercado europeu.
A produção de grãos, especialmente soja e milho, que alimenta a cadeia pecuária global, continuará forte e poderá atender uma demanda crescente.
A fruticultura, que vem ganhando espaço, terá oportunidades em nichos de mercado, como frutas frescas e processadas.
Vencido o protecionismo e o discurso do faça o que eu digo e não o que eu faço, podemos estar diante de um bom acordo comercial devido à eficiência produtiva do agronegócio brasileiro, somos abençoados do ponto de vista de pluralidade de cultivos em nosso país.
Como seu negócio pode prosperar com esse acordo?
Pense nisso e até o nosso próximo momento AgroFinanceiro. Quem quiser, nos acompanhar nas redes sociais, é só seguir o @olucianoalegre no Instagram.
Até mais...
*Luciano dos Santos Alegre, Engenheiro Agrônomo e especialista em finanças, consultor para empresas rurais em todo o Brasil com mais de 10 anos de experiência no agronegócio.
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