Preços do café atingem recorde histórico em novembro, diz Cepea
O Cepea/Esalq-USP divulgou as agromensais de novembro, detalhando oscilações de preços em produtos agrícolas como café, açúcar e milho, além de impactos do dólar no mercado.
O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, divulgou o boletim de novembro de 2024, destacando movimentos nos preços de produtos agrícolas como açúcar, café, algodão, arroz, etanol, entre outros. Os dados refletem os desafios e dinâmicas do mercado, considerando oferta, demanda e oscilações econômicas.
Açúcar
Os preços do açúcar cristal branco no mercado paulista permaneceram firmes ao longo da primeira quinzena de novembro, impulsionados por uma demanda crescente pelo tipo Icumsa 150 para pronta-entrega. A oferta foi restrita, devido ao maior volume direcionado para exportações. Este cenário levou à renovação de máximas nominais históricas no mercado interno.
Algodão
O algodão em pluma registrou alta nos preços, especialmente no fim do mês. Segundo o Cepea, o movimento foi influenciado pela valorização do dólar frente ao real, que elevou a paridade de exportação, além de maior demanda pela fibra no mercado externo. O cenário beneficiou exportações em detrimento do mercado doméstico.
Arroz
Em contrapartida, o mercado de arroz enfrentou quedas expressivas em novembro. Os preços do arroz em casca retornaram aos níveis de maio de 2024, em termos nominais, acompanhados por baixa liquidez no mercado spot do Rio Grande do Sul. A retração foi marcada pela redução da atividade de compradores, que ofereceram valores abaixo dos observados em períodos anteriores.
Café
O café robusta e arábica alcançou patamares recordes no Brasil em novembro. O indicador Cepea/Esalq do robusta, tipo 6, peneira 13 acima, registrou média de R$ 1.573,28 por saca de 60 kg, um aumento de 11,05% em relação a outubro. Em termos acumulados, o avanço foi de 23%, equivalente a R$ 333,22 por saca, a maior média mensal deflacionada desde o início da série histórica em 2001.
Etanol
Após sete semanas consecutivas de alta, o etanol hidratado apresentou uma leve retração no fim de novembro. O aumento da oferta por algumas usinas no estado de São Paulo pressionou os preços. Ainda assim, a média do indicador Cepea/Esalq para o mês foi de R$ 2,6201 por litro, avanço de 3,91% frente a outubro.
Milho
Os preços do milho começaram novembro em alta, impulsionados pela retração vendedora, enquanto produtores focavam nas atividades de campo ou aguardavam valorizações futuras. Contudo, na segunda quinzena, a demanda enfraqueceu, com compradores já abastecidos reduzindo as aquisições, o que moderou a tendência de alta.
Ovinos
Os preços do cordeiro vivo subiram em quase todos os estados brasileiros acompanhados pelo Cepea, com exceção de São Paulo. A baixa oferta de animais para comercialização e a valorização da carne bovina impulsionaram as cotações.
Soja
A soja teve preços oscilantes ao longo do mês. A demanda firme por parte das indústrias esmagadoras sustentou altas mais intensas na primeira quinzena. Na segunda metade do mês, a retração dessas indústrias, que já haviam adquirido volumes significativos, resultou em enfraquecimento das cotações.
Trigo
Com a colheita se aproximando do final, o mercado de trigo apresentou preços internos enfraquecidos, reflexo da menor qualidade da safra nacional. A necessidade crescente de importação e o dólar valorizado pressionaram os custos, criando perspectivas de sustentação para os valores internos.
Os dados apresentados pelo Cepea reforçam as influências macroeconômicas e sazonais sobre os preços agrícolas, fornecendo um panorama relevante para produtores e agentes do agronegócio.
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