Safra 2024/25 de laranja chega a 223,14 milhões de caixas
A safra 2024/25 de laranja no cinturão citrícola de SP e MG foi reestimada para 223,14 milhões de caixas, um aumento de 3,4% em relação a setembro.
A segunda reestimativa da safra de laranja 2024/25, divulgada pelo Fundecitrus no dia 10 de dezembro, projeta uma produção de 223,14 milhões de caixas de 40,8 kg no cinturão citrícola de São Paulo e no Triângulo/Sudoeste Mineiro. O número representa um aumento de 3,4% em relação à reestimativa de setembro, mas ainda está 4% abaixo da estimativa inicial divulgada em maio.
A principal novidade desta safra é a expressiva participação da quarta florada, responsável por 9,1% do total estimado, equivalente a 20,23 milhões de caixas. Segundo Juliano Ayres, diretor-executivo do Fundecitrus, esta é uma característica atípica, diferente de todas as edições anteriores da Pesquisa de Estimativa de Safra (PES).
“Essa florada tardia teve um volume muito superior ao esperado e será colhida fora de época, entre janeiro e abril, com frutos menores, pesando em média 126 gramas, contra 161 gramas das floradas anteriores”, explicou Ayres. Para ajustar a estimativa, foi realizada pela primeira vez uma derriça complementar em setembro e outubro, com base em 520 árvores. Essa análise identificou um aumento na média de frutos da quarta florada, passando de 32 para 54 frutos por árvore.
Chuvas acima da média beneficiam o desenvolvimento dos frutos
Após 11 meses consecutivos de precipitações abaixo da média histórica, as chuvas intensas em outubro e novembro foram um alívio para os pomares. O volume pluviométrico nesses dois meses ficou 85 milímetros acima da média, totalizando 368 milímetros no período, o que contribuiu para o crescimento dos frutos.
Apesar do benefício trazido pelas chuvas, elas não foram suficientes para reverter totalmente os impactos da estiagem prolongada. O peso médio das laranjas foi revisado para 156 gramas, ligeiramente acima da estimativa de setembro (155 gramas), mas ainda inferior à projeção inicial de maio (169 gramas).
Entre as variedades, a Pera Rio foi a única a registrar aumento no peso médio dos frutos em relação à reestimativa anterior. A produção dessa variedade também foi revisada para cima, com um incremento significativo de 14,3%, alcançando 72,51 milhões de caixas. Por outro lado, as variedades Valência, Folha Murcha e Natal apresentaram reduções tanto no peso quanto no volume de produção, refletindo as dificuldades climáticas enfrentadas ao longo da safra.
A taxa de queda de frutos também sofreu ajustes. Inicialmente projetada em 17,1%, o índice subiu para 19%, influenciado pelo impacto do greening e das operações mecanizadas, como a poda. As perdas associadas à quarta florada, colhida fora do período tradicional, também contribuíram para o aumento.
Perspectivas para o encerramento da safra
Até novembro, cerca de 80% da safra já havia sido colhida. As variedades precoces, como Hamlin, Westin e Rubi, estão praticamente encerradas, enquanto a colheita das variedades tardias, incluindo Valência, Folha Murcha e Natal, segue em andamento.
A próxima reestimativa será publicada em fevereiro de 2025, trazendo uma nova atualização sobre os números finais da safra e as condições dos pomares.
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