Bezerros e boi gordo: tendências de preços para 2025
Pecuária intensiva enfrentou alta nos custos em outubro. O planejamento e mercado futuro ajudaram os pecuaristas a protegerem margens.
O mês de outubro de 2024 trouxe novos desafios para os pecuaristas brasileiros, principalmente devido à concorrência crescente pelo uso de terras com a agricultura. Segundo dados do Projeto Campo Futuro 2024, sistemas de recria e engorda continuam majoritariamente extensivos, o que aumenta a exposição dos produtores às oscilações de preços no mercado de insumos e na comercialização de animais.
Propriedades que investem em maior tecnificação enfrentam riscos mais elevados em função dos custos de produção. No entanto, um planejamento estratégico que alinhe custos de produção ao fluxo de compra e venda de animais pode contribuir para a previsibilidade e estabilidade das margens ao longo do ano.
Reposição de animais domina custos operacionais
A aquisição de animais para reposição representa 52,23% do Custo Operacional Total (COT) das propriedades analisadas no levantamento. Estratégias de compra que priorizem períodos de maior oferta, como os meses entre abril e agosto, podem trazer benefícios econômicos significativos. Esse período é marcado pela maior disponibilidade de bezerros desmamados, enquanto propriedades de recria aproveitam o crescimento das pastagens durante a safra para preparar animais para comercialização.
Além disso, o estudo aponta que, com o uso de ferramentas como o mercado futuro, é possível proteger margens, especialmente em anos de retração nos preços do boi gordo. Apesar de não garantirem lucros elevados, essas operações oferecem maior previsibilidade ao pecuarista.
Mercado futuro como estratégia de precificação
A negociação no mercado futuro foi uma alternativa amplamente analisada no levantamento. Propriedades como as da região de São José do Rio Preto (SP), que operam em sistemas de confinamento, apresentaram custos de produção elevados, mas também exploraram simulações que indicaram oportunidades de melhores margens.
Em média, cada animal abatido nessa região gerou uma margem líquida de R$ 9,54, com preço de venda de R$ 254 por arroba. Simulações indicaram que a utilização do mercado futuro poderia aumentar significativamente a lucratividade do sistema em 75% dos dias negociados no ano.
Perspectivas e virada de ciclo
Com o preço do bezerro em recuperação no segundo semestre de 2024, espera-se que os pecuaristas optem pela retenção de fêmeas, o que deve reduzir a oferta de animais prontos para abate. Esse cenário aponta para uma tendência de alta no preço da arroba do boi gordo até o final de 2025.
O levantamento reforça a importância de estratégias baseadas em gestão técnica, planejamento e uso de ferramentas de negociação. Tais práticas se mostram essenciais para mitigar os impactos das oscilações de mercado e garantir maior estabilidade no setor.
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