Operação apreende 10 mil embalagens de agrotóxicos em Goiás
Agrodefesa e Polícia Civil apreenderam mais de 10 mil embalagens de agrotóxicos armazenadas irregularmente em Goiás, em ação contra riscos ambientais e à saúde.
A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), em conjunto com a Polícia Civil de Goiás, realizou na última terça-feira (17/12) a Operação Terra Limpa. A ação resultou na apreensão de mais de 10 mil embalagens vazias de agrotóxicos que estavam armazenadas de forma irregular em Trindade e Paraúna (GO), em desacordo com legislações ambientais e de defesa agropecuária.
Segundo informações da Agrodefesa, o material apreendido incluía embalagens em diferentes estágios de processamento, como prensadas e trituradas. A operação revelou que o destino das embalagens envolvia reciclagem clandestina, contrariando normas legais de devolução e processamento. Um caminhão carregado com embalagens também foi interceptado durante a operação.
As embalagens foram encaminhadas para a Associação Goiana de Empresários Revendedores de Produtos Agropecuários (Agerpa), em Goiânia, e para a Associação dos Distribuidores de Produtos Agrícolas de Rio Verde (Adirv). Ambas são unidades autorizadas a realizar a pesagem e a destinação final correta, incluindo a gestão de materiais que passaram por tríplice lavagem e aqueles com resíduos de agrotóxicos.
A gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Daniela Rézio, destacou a importância da operação para conter práticas ilegais. “O processo legal de reciclagem de embalagens vazias de agrotóxicos é de competência do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV). Cabe a nós orientar produtores e fiscalizar o cumprimento das normas”, afirmou.
Penalidades e impactos
O responsável pelo estabelecimento foi detido e autuado por fiscais da Agrodefesa. De acordo com a legislação federal e estadual, infrações relacionadas ao armazenamento irregular de embalagens de agrotóxicos podem acarretar multas de até R$ 50 mil e pena de reclusão de dois a quatro anos.
O presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, ressaltou os riscos ambientais, econômicos e à saúde pública associados a essas práticas. “Essas irregularidades podem afetar gravemente a cadeia produtiva, o meio ambiente e a população. Denúncias devem ser encaminhadas aos órgãos competentes para rápida intervenção”, alertou.
Investigação detalhada
A operação foi desencadeada após investigações conduzidas por fiscais estaduais agropecuários da Unidade Regional Rio Verdão da Agrodefesa. Em Paraúna, irregularidades no processamento e envio de embalagens foram detectadas, levando à identificação de receptadores em Trindade.
Segundo Giovani Miranda, coordenador da Unidade Regional Rio Verdão, a ação culminou na descoberta de um depósito onde embalagens eram processadas de forma clandestina. “A investigação possibilitou a apreensão de outras quatro cargas no local”, explicou.
Destinação correta
Em Goiás, a destinação correta das embalagens de agrotóxicos é realizada por 13 associações credenciadas pelo inpEV, que gerenciam 27 Unidades de Recolhimento de Embalagens Vazias (UREV). Essas unidades incluem postos e centrais de recebimento, localizadas em municípios como Rio Verde, Goiânia, Jataí e Cristalina.
Conforme regulamentação, os produtores devem realizar a tríplice lavagem, armazenar adequadamente as embalagens e devolvê-las no prazo de até um ano após a compra. A devolução pode ser feita diretamente nos locais de aquisição ou por meio de unidades autorizadas e ações itinerantes, supervisionadas pela Agrodefesa.
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