Uso de bioinsumos avança no controle de doenças na soja e milho
Uso de bioinsumos cresce no Brasil diante da resistência de pragas e da escassez de fungicidas químicos, promovendo manejo eficiente e sustentável.
O aumento da incidência de doenças foliares em culturas como soja, algodão e milho, aliado à dificuldade de aquisição de fungicidas protetores, tem desafiado os produtores rurais em todo o Brasil. Neste cenário, o uso de bioinsumos desponta como alternativa eficiente e sustentável, ganhando espaço significativo no manejo integrado de pragas e doenças.
Dados da instituição de pesquisa Kynetec indicam que, na safra de 2023, os bioinsumos foram adotados em mais de 30% das áreas agrícolas brasileiras. Segundo especialistas, essa solução se apresenta como essencial para preservar a sanidade das folhas, uma vez que doenças foliares podem reduzir a produtividade em até 80% quando não controladas adequadamente.
"É fundamental proteger as folhas desde o início do ciclo da planta. Aplicações regulares de fungicidas biológicos, além de potencializarem os químicos, ajudam a reduzir o inóculo das doenças e a manter a sanidade foliar", explica Vinícius Marangoni, gerente de produtos da Nitro, multinacional brasileira de insumos agrícolas.
Benefícios dos bioinsumos no manejo integrado
Os bioinsumos têm conquistado espaço pela eficiência no controle de doenças escimento vegetal e a compatibilidade com misturas em tanque, características que simplificam sua aplicação e manejo.
"As formulações modernas dispensam refrigeração e têm doses reduzidas, variando entre 0,2 e 0,5 L/ha. Em algumas situações, os biológicos podem até substituir produtos químicos tradicionais, como o mancozeb e o clorotalonil, promovendo uma agricultura mais sustentável", comenta Marangoni.
Além disso, a praticidade no uso e a menor exigência de infraestrutura favorecem sua adoção, especialmente em períodos de alta umidade, que intensificam o surgimento de fungos e bactérias.
Perspectivas e desafios para o mercado de bioinsumos
Embora o mercado de bioinsumos esteja em expansão, algumas culturas, como café e frutíferas, ainda apresentam taxas de adoção abaixo de 15%. Isso evidencia o potencial de crescimento do setor, especialmente em regiões com desafios climáticos e demandas por práticas agrícolas mais sustentáveis.
"Existe bastante espaço para a ampliação dos biológicos em diferentes culturas. A expectativa é continuar avançando com tecnologias que maximizem a produtividade e promovam a sustentabilidade no campo", afirma Marangoni. Ele reforça a importância de integrar os bioinsumos às boas práticas agrícolas, como a escolha de variedades resistentes e o manejo nutricional adequado.
Embora os bioinsumos não substituam completamente os químicos, o uso combinado proporciona um manejo mais robusto e resiliente. "Estamos olhando para uma agricultura que une eficiência produtiva e sustentabilidade, reduzindo impactos ambientais e potencializando a competitividade do setor", destaca Marangoni.
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