Adaptação nutricional é chave para o gado na estação chuvosa
O período das águas exige mudanças no manejo nutricional do gado de corte, com suplementação e estratégias que assegurem ganho de peso e saúde animal.
O início do período chuvoso no Brasil traz mudanças significativas para a bovinocultura de corte, especialmente no manejo nutricional do gado a pasto. Com a rebrota das gramíneas e a melhora das condições das pastagens, a adaptação nutricional se torna uma etapa indispensável para garantir a saúde e o desempenho dos animais.
O zootecnista Murilo Chuba, gerente técnico da Elanco Saúde Animal, destaca que a composição do pasto muda radicalmente nessa época. “Saímos de uma forragem seca, com alta concentração de fibras, para um pasto rico em água e nutrientes diferentes. Isso exige que o animal se adapte, o que pode provocar transtornos como diarreias”, explica.
Manejo estratégico e suplementação adequada
Para evitar perdas produtivas, o pecuarista deve investir em um planejamento que integre manejo do pasto, suplementação e cuidados estruturais. A estratégia precisa assegurar o melhor aproveitamento das pastagens, que são mais abundantes nesse período, e ao mesmo tempo garantir o ganho de peso dos animais.
“O ideal é focar em uma boa digestibilidade do alimento. O manejo deve ser ajustado de forma que o suplemento ofereça constância na absorção de nutrientes”, afirma Murilo. Ele ainda reforça a importância de medidas práticas, como a manutenção dos cochos cobertos para evitar a diluição de suplementos minerais e proteicos, especialmente aqueles que contêm ureia. “A ureia, ao entrar em contato com a água, pode desencadear reações químicas que levam à formação de amônia, contaminando o solo e representando riscos de intoxicação para o rebanho”, acrescenta.
Escolha do aditivo no período chuvoso
Um ponto central no manejo nutricional durante as águas é a escolha do aditivo adequado. Murilo enfatiza a relevância de optar por produtos que mantenham a eficiência do sistema produtivo sem interferir na rotina da fazenda ou no comportamento alimentar dos animais. O Zimprova™, aditivo desenvolvido pela Elanco com foco no mercado brasileiro, é um exemplo. Seu princípio ativo, a narasina, foi amplamente testado em diferentes condições climáticas e pastagens.
De acordo com um estudo publicado no Journal of Animal Science, a suplementação com narasina aliada a um pasto de qualidade proporcionou ganhos de peso diário de 117 gramas a mais nos animais suplementados ao longo de 140 dias. Murilo explica que o aditivo potencializa a digestão, aumentando o consumo de forragem e, consequentemente, o ganho de peso dos bovinos. “A narasina melhora o processo digestivo, fazendo com que os animais aproveitem melhor os nutrientes do pasto e da suplementação”, observa o especialista.
Sustentabilidade e eficiência
Além de promover ganhos econômicos para o pecuarista, a narasina tem impacto direto na redução de emissões de metano pelo gado, um dos principais desafios ambientais da pecuária. “O aditivo aumenta a produção de propionato no rúmen, um ácido graxo que fornece energia ao animal e reduz a emissão de gás metano durante a eructação”, explica Murilo.
A adoção de tecnologias como essa exemplifica a busca por uma pecuária mais sustentável, capaz de aliar eficiência produtiva à redução do impacto ambiental. “A narasina reflete nosso compromisso com a sustentabilidade, ao contribuir para um desempenho superior do rebanho e, ao mesmo tempo, minimizar os impactos no meio ambiente”, conclui Murilo.
COMENTÁRIOS