O Brasil deve consolidar seu protagonismo no mercado global de soja em 2025, com estimativa de produção recorde de 170,1 milhões de toneladas. A projeção é sustentada por boas condições climáticas até o momento e maior área cultivada. Segundo o USDA, as exportações brasileiras podem alcançar 105 milhões de toneladas, superando o recorde de 101,8 milhões registrado em 2023/24. "Com esses volumes, o Brasil reforça sua posição como principal fornecedor global de soja", destaca a Conab.

Chuvas e Clima: Impactos no Campo

Apesar dos bons resultados esperados, o clima segue como fator de preocupação. Modelos climáticos apontam para uma La Niña de curta duração, o que pode trazer chuvas excessivas no Centro-Oeste e secas no Sul do país. Em dezembro, estados como Paraná e Mato Grosso registraram acumulados de chuvas superiores a 300 mm, enquanto o Rio Grande do Sul teve volumes abaixo da média. "A distribuição irregular das chuvas impacta diretamente o potencial produtivo das lavouras", alerta o NOAA.

Milho: Preços em Alta no Exterior

O milho também teve destaque, encerrando 2024 com alta de 3,7% na CBOT, cotado a USD 4,39/bu. Nos mercados internos, os preços tiveram comportamentos mistos: alta de 5,4% em Sorriso (R$ 60,77/saca) e queda de 1,2% em Campinas (R$ 72,89/saca). A menor disponibilidade de milho para exportação é reflexo de uma safra anterior menor e do aumento do consumo interno. Entre fevereiro e dezembro de 2024, o Brasil exportou 34,9 milhões de toneladas, uma queda de 30% em relação a 2023.

Café: Preços em Escalada

No mercado de café, a safra 2025/26 de arábica está em alerta devido à seca prolongada e às altas temperaturas em 2024. Em dezembro, os preços do arábica subiram 15% na Bolsa de Nova York, refletindo a expectativa de menor oferta global. No Brasil, a saca de arábica chegou a R$ 2.250, alta de 121% comparada ao início de 2024. "A produção deve ser menor, mas robusta em áreas irrigadas e de conilon", comenta o USDA.

Carne Bovina: Oscilações e Custos

A pecuária bovina encerrou 2024 com ajustes nos preços. Após forte valorização no segundo semestre, o boi gordo recuou 5,3% em dezembro em São Paulo, enquanto o bezerro caiu 5,1% no Mato Grosso do Sul. No acumulado do ano, as exportações de carne bovina bateram recorde de 2,55 milhões de toneladas, com alta de 26,9%. Por outro lado, a retenção de fêmeas deve pressionar os custos da reposição em 2025. "A gestão de risco será essencial para atravessar o ano", destaca o Cepea.