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,29/01/2025

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Trigo: desafios no Brasil e alta nas importações

Com a safra brasileira de trigo em queda, o mercado interno enfrenta preços estáveis e demanda crescente por importações, apontam especialistas.


Trigo: desafios no Brasil e alta nas importações

A safra brasileira de trigo registrou o menor patamar de produção em três anos, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Com o ciclo já encerrado, a estimativa de produção foi revisada para 7,53 milhões de toneladas, representando uma queda de 7%, atribuída principalmente à seca que impactou importantes regiões produtoras, como Bahia, Mato Grosso do Sul e Goiás. Este cenário deve intensificar a necessidade de importações, especialmente no primeiro semestre de 2025, segundo dados do Cepea.

Os preços do trigo no mercado interno, embora estáveis, encontram suporte em fatores como a baixa qualidade da safra nos Estados Unidos e a oferta limitada do leste europeu. “Há espaço para valorização do cereal diante das pressões do mercado internacional”, afirmou Vlamir Brandalizze, especialista do setor.

No Sul do Brasil, principal região produtora, as condições de mercado variam. No Rio Grande do Sul, o recuo do dólar impactou os preços no porto, com o trigo Milling para fevereiro cotado a R$ 1.350,00 por tonelada, uma queda de R$ 20,00 em relação ao dia anterior. No mercado interno, os moinhos já garantiram posições para janeiro e agora avaliam novas ofertas para os meses seguintes, com preços entre R$ 1.250,00 e R$ 1.300,00, dependendo da qualidade do produto.

Em Santa Catarina, o mercado está ajustado. A queda do dólar impulsionou a busca por trigo importado, que alcança até R$ 1.800,00 no interior do estado. Já o produto nacional apresentou alta significativa de 18,75% desde dezembro, com preços variando de R$ 1.425,00 a R$ 1.450,00 por tonelada. Apesar do movimento, as cotações para os triticultores mantiveram-se entre R$ 68,00 e R$ 73,00 por saca, dependendo da localidade.

No Paraná, os vendedores concentram esforços na liberação de armazéns para o recebimento das safras de milho-verão e soja. A comercialização do trigo segue lenta, com preços entre R$ 1.450,00 e R$ 1.500,00 por tonelada no norte do estado. No oeste e sudoeste, a concorrência com o trigo gaúcho pressiona o mercado. O custo elevado das importações, com preços entre US$ 280,00 e US$ 290,00 por tonelada, também pesa, agravado pela demurrage em Paranaguá, que chega a US$ 15 mil por dia.

Apesar das adversidades, o lucro médio dos triticultores no Paraná registrou avanço. Dados do Deral apontam um aumento de 0,34% no preço médio da saca, que chegou a R$ 72,64, enquanto o custo de produção teve leve queda, ficando em R$ 68,68. Esse cenário, embora desafiador, oferece oportunidades de ganho pontuais.

As expectativas para 2025 são otimistas, segundo o consultor Jonathan Pinheiro. Ele destacou as boas condições de plantio para o próximo ciclo. Ainda assim, o mercado deverá continuar dependente do câmbio, especialmente devido à maior oferta argentina, que tem buscado diversificar suas parcerias comerciais, incluindo a China.





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