Rally da Safra aponta 65,5 sacas/hectare em Goiás
Chuvas bem distribuídas e manejo eficaz indicam que Goiás pode registrar uma safra histórica de soja, com produtividade média de 65,5 sacas/hectare.
A safra de soja em Goiás deve atingir um marco histórico em 2025. Segundo estimativa da Agroconsult, organizadora do Rally da Safra, o estado poderá alcançar uma produtividade média de 65,5 sacas por hectare, superando a média nacional projetada em 60,5 sacas por hectare. O avanço é atribuído às condições climáticas favoráveis e ao controle eficiente de pragas, fatores que impulsionaram o desenvolvimento das lavouras. A partir de terça-feira, dia 28, a equipe do Rally percorrerá o sudoeste goiano. A expectativa de produtividade para o estado é recorde, com média de 65,5 sacas por hectare. Os técnicos da expedição irão percorrer a região, avaliando lavouras de soja em cidades como Mineiros, Jataí e Rio Verde, entre outras, para confirmar a estimativa.
Com a retomada das chuvas em outubro, o ritmo de plantio em Goiás avançou acima da média, cobrindo regiões estratégicas como Mineiros, Jataí e Rio Verde. O coordenador do Rally da Safra, André Debastiani, destacou o impacto das condições climáticas na evolução da safra. “A safra vem se desenvolvendo bem, com bom manejo fitossanitário, embora haja preocupação pontual com lagartas em algumas áreas do Sudoeste de Goiás”, afirmou.
A produtividade estimada representa um salto significativo em relação à safra anterior, que teve média de 62 sacas por hectare. Além disso, a produção total do estado deve aumentar em 1,3 milhão de toneladas, consolidando Goiás como um dos principais polos de produção de soja no Brasil.
Projeções nacionais e a migração de área
No cenário nacional, a safra brasileira de soja pode alcançar a marca recorde de 172,4 milhões de toneladas, um aumento de 10,9% em relação à safra 2023/24. A expansão da área plantada, estimada em 700 mil hectares, tem sido impulsionada principalmente pela migração de áreas de milho verão para a soja, em busca de custos de produção mais competitivos.
Apesar do crescimento, Debastiani ressalta que a expansão está abaixo da média histórica, refletindo os desafios enfrentados pelo setor, como custos elevados e preços mais baixos. No entanto, a previsão de chuvas para os próximos meses deve garantir o bom desempenho das lavouras de ciclo médio e tardio, além de beneficiar culturas de segunda safra.
Impactos regionais e desafios de infraestrutura
Embora estados como Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo e Tocantins também apresentem boas perspectivas, as condições climáticas adversas no Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul levantam preocupações. A baixa precipitação nessas regiões pode impactar negativamente os números finais da safra, embora o desempenho robusto de Goiás e outras áreas do Centro-Oeste deva compensar eventuais perdas.
Outro desafio apontado por Debastiani é a pressão sobre a infraestrutura de armazenagem e secagem, causada pelo aumento do volume de grãos colhidos em condições de alta umidade. "Estamos diante de uma safra grande, mas isso traz preocupação com podridão de vagens e maior pressão de doenças, além de atrasos no plantio do milho", explicou.
A importância do Rally da Safra
A 22ª edição do Rally da Safra tem como objetivo avaliar as condições das lavouras de soja e milho em 12 estados, cobrindo 95% da área de produção de soja no Brasil. Os técnicos já percorreram regiões como o Oeste do Paraná, Médio Norte de Mato Grosso e agora seguem para o Sudoeste de Goiás. Durante as visitas, são coletadas amostras e avaliadas condições fitossanitárias, população de plantas e peso dos grãos.
Além do trabalho de campo, a expedição estará presente em eventos como o Show Rural, em Cascavel (PR), e a Tecnoshow Comigo, em Rio Verde (GO). Essas iniciativas são fundamentais para mapear as condições da safra e compartilhar informações relevantes com produtores e stakeholders do agronegócio.
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