O Brasil alcançou um marco histórico em 2024 ao exportar 4,093 milhões de sacas de café solúvel, representando um aumento de 13% em relação ao ano anterior, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics). A receita cambial dessas exportações atingiu US$ 950,056 milhões, um crescimento de 35,3% comparado a 2023.

Os Estados Unidos mantiveram-se como o principal destino, importando 777.401 sacas, um incremento de 10,9% em relação ao ano anterior. A Rússia destacou-se com um aumento expressivo de 346% nas importações, totalizando 253.240 sacas, enquanto a Indonésia adquiriu 243.455 sacas, um crescimento de 7,6%.

No mercado interno, o consumo de café solúvel também atingiu um recorde, com 1,069 milhão de sacas consumidas, representando um aumento de 0,6% em comparação a 2023. A consultora da Abics, Eliana Relvas, atribui esse crescimento aos investimentos das indústrias em novos produtos e embalagens, além da diversificação do uso do café solúvel em diferentes produtos alimentícios.

Para 2025, as perspectivas permanecem positivas, especialmente com a possível concretização do acordo Mercosul-União Europeia, que pode ampliar significativamente as exportações brasileiras para o bloco europeu, atualmente o segundo maior mercado para o café solúvel do país. O diretor de Relações Institucionais da Abics, Aguinaldo Lima, destaca a importância desse acordo para o aumento da capacidade de embarque do produto brasileiro.

Além disso, a inclusão do café solúvel na cesta básica na reforma tributária é vista como um avanço para o setor, pois contribui para a desoneração da cadeia produtiva e aumenta a competitividade do produto no mercado interno. No entanto, ainda há desafios a serem enfrentados, como a questão do crédito presumido de PIS/Cofins, que necessita de atenção para garantir a sustentabilidade do crescimento do setor.