Bionutrição impulsiona milho segunda safra no cerrado
O uso de microrganismos na bionutrição do milho segunda safra tem se mostrado uma solução eficiente para mitigar o estresse hídrico e aumentar a produtividade no cerrado brasileiro.
A utilização de microrganismos na nutrição das lavouras de milho segunda safra tem se consolidado como estratégia eficiente para mitigar os efeitos do estresse hídrico e garantir maior produtividade. A prática, conhecida como bionutrição, favorece a absorção de nutrientes e melhora a tolerância das plantas às adversidades climáticas, especialmente no cerrado brasileiro.
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a projeção para a segunda safra de milho 2024/25 é de 94,6 milhões de toneladas, um aumento de 4,8% em relação ao ciclo anterior. O uso de insumos biológicos surge como aliado na busca por maior rentabilidade e sustentabilidade.
Ação dos microrganismos na lavoura
O estresse hídrico pode comprometer fases críticas do desenvolvimento do milho, como a floração e o enchimento de grãos, resultando em menor produtividade. A adoção de microrganismos como o Bacillus licheniformis ajuda a minimizar esses impactos. Segundo Eduardo Aires, agrônomo sênior da Mosaic Biosciences, essa tecnologia forma um gel ao redor do sistema radicular, reduzindo a perda de umidade.
Outro microrganismo de relevância é o Azospirillum brasilense, que potencializa o crescimento radicular e aumenta a capacidade da planta de capturar água e nutrientes. "O milho tem alta afinidade com o Azospirillum, o que favorece a fixação de nitrogênio atmosférico e melhora o vigor da cultura", explica Aires.
Benefícios para a produtividade
Com o milho sendo cultivado após a colheita da soja, o aproveitamento de nutrientes já presentes no solo é fundamental. A interação entre Pseudomonas fluorescens e Azospirillum brasilense maximiza a disponibilidade de fósforo, elemento essencial para o crescimento das plantas. "Boa parte do fósforo aplicado pode ficar retido no solo, e o uso de microrganismos auxilia na sua disponibilização para a cultura do milho", destaca Aires.
Além disso, a bionutrição baseada em aminoácidos essenciais tem se mostrado eficaz na promoção do crescimento equilibrado da planta, garantindo maior qualidade dos grãos. "O milho acumula reservas energéticas no estágio vegetativo, que serão transferidas para o grão no período reprodutivo. Aplicamos aminoácidos para estimular o crescimento e melhorar a distribuição de nutrientes", explica Aires.
Perspectivas para o futuro
A tendência é que o uso de bionutrição ganhe ainda mais espaço nas lavouras, impulsionado pela necessidade de soluções sustentáveis e economicamente viáveis. A Mosaic Biosciences, por exemplo, tem investido no desenvolvimento de produtos voltados à soja e ao milho, com formulações que incluem MBio Stimulus, MBio Hidro, MBio Phos, MBio Brad e MBio Azo.
A expectativa é que o uso crescente dessas biotecnologias contribua para maior eficiência produtiva e sustentabilidade no agronegócio brasileiro.
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