O mercado físico de algodão registrou uma desaceleração nas negociações na última semana, conforme análise da Safras Consultoria. A movimentação mais cautelosa dos compradores resultou em transações sem volumes expressivos, alinhadas às necessidades pontuais do mercado.

Em São Paulo, principal polo industrial do setor, o algodão encerrou a última quinta-feira (23) cotado a R$ 4,15 por libra-peso, um aumento de 0,48% em relação à cotação de R$ 4,13 registrada na semana anterior (18). No entanto, o comportamento foi diferente em Rondonópolis, no Mato Grosso, onde o preço recuou 0,51%, fechando a R$ 3,93 por libra-peso, equivalente a R$ 129,90 por arroba, contra R$ 130,57 da semana anterior.

Custos de Produção em Alta

A estimativa mais recente do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) apontou um aumento significativo no Custo Operacional Efetivo (COE) para o ciclo 2025/26. O valor projetado em dezembro/2024 alcançou R$ 15.179,03 por hectare, representando um acréscimo de 15,94% em relação à safra anterior (2024/25).

Esse cenário foi impulsionado principalmente pela elevação nos custos de defensivos agrícolas, que tiveram alta de 15,11%, e de micronutrientes, com aumento expressivo de 36,27%. A valorização do dólar e ajustes nos painéis modais de custos também contribuíram para o encarecimento dos insumos, impactando diretamente o planejamento financeiro dos produtores.

Com base no preço médio futuro negociado em dezembro/2024, de R$ 133,07 por arroba, a produtividade necessária para cobrir o COE foi estimada em 114,07 arrobas de pluma por hectare no ciclo 2025/26. Apesar de a meta ser 2,87% inferior à média histórica, os desafios climáticos enfrentados no início da safra podem representar um risco para alcançar esse rendimento.

O Imea reforça a necessidade de atenção redobrada por parte dos cotonicultores para garantir a viabilidade econômica da produção, em um cenário de custos elevados e condições climáticas adversas.