Produtores adotam biopotencializadores para maior rendimento
Os biopotencializadores aumentam a produtividade e a resiliência das lavouras, ajudando na absorção de nutrientes e na resistência ao clima.
Os biopotencializadores têm ganhado espaço na agricultura como aliados na melhoria da produtividade e da resiliência das lavouras diante dos desafios climáticos e fitossanitários. Durante entrevista ao podcast Agro e Prosa e programa Morada no Campo, Alexandre Frateschi, diretor de negócios de Plant Health da FMC para a América Latina, explicou como esses produtos funcionam e de que forma podem beneficiar o produtor rural brasileiro.
Segundo Frateschi, os biopotencializadores são produtos naturais que aumentam a tolerância das plantas a estresses bióticos e abióticos. "Os estresses bióticos são causados por pragas e doenças, enquanto os abióticos estão relacionados às condições climáticas adversas, como seca e geada", explicou. O objetivo principal desses produtos é fortalecer a planta, melhorando a absorção de nutrientes e otimizando a fotossíntese. Com isso, as culturas tornam-se mais resistentes e produtivas, mesmo diante de condições adversas.
Os biopotencializadores, como o CropEvo, da FMC, atuam na estrutura radicular das plantas, melhorando a absorção de água e nutrientes. Esse mecanismo é possível graças à presença de osmoprotetores, compostos que aumentam a capacidade da planta de reter umidade e resistir a longos períodos de estiagem. "O CropEvo melhora a atividade antioxidante da planta e auxilia na mitigação dos efeitos de pragas e doenças", destacou Frateschi. Além disso, o produto passa por um processo de biofermentação multietapas, garantindo maior estabilidade e eficácia no campo.
Estudos conduzidos pela FMC demonstram que o uso de biopotencializadores pode gerar aumentos expressivos na produtividade das lavouras. Dados coletados em experimentos realizados no Brasil apontam ganhos como incremento de 19 arrobas adicionais por hectare no algodão, até 5 sacas por hectare na soja, acréscimo de 18 sacas por hectare no milho e ganho de até 11 toneladas por hectare na cana-de-açúcar. Esses resultados foram obtidos a partir da integração do CropEvo com outras ferramentas de manejo, como biofungicidas e inseticidas biológicos, que potencializam a proteção da lavoura contra doenças e pragas.
Frateschi enfatizou que os biopotencializadores não devem ser encarados como substitutos absolutos dos defensivos químicos, mas sim como parte de um manejo integrado. "Em algumas situações, o biológico pode substituir parcialmente o químico, mas na maioria dos casos ele atua de forma complementar, garantindo maior sustentabilidade e rentabilidade ao agricultor", afirmou. A FMC investe continuamente em pesquisa para desenvolver soluções inovadoras. Até 2033, a empresa planeja lançar 51 novos produtos, reforçando a importância de um portfólio diversificado para enfrentar os desafios da agricultura tropical.
Os biopotencializadores não são exclusivos para grandes propriedades. Pequenos e médios produtores também podem utilizar essa tecnologia para obter ganhos em produtividade e qualidade das lavouras. "Esses produtos permitem que o pequeno produtor aumente sua competitividade, garantindo plantas mais sadias e produtivas", afirmou Frateschi. Apesar dos benefícios comprovados, a adoção de biopotencializadores ainda enfrenta desafios, principalmente relacionados ao conhecimento técnico e à necessidade de medição precisa dos resultados. Segundo Frateschi, a FMC tem investido em campos demonstrativos para mostrar aos agricultores, na prática, os ganhos obtidos com o uso da tecnologia.
Com a evolução das pesquisas e maior disseminação de informações, a tendência é que os biopotencializadores se tornem cada vez mais presentes no manejo agrícola, contribuindo para uma produção mais eficiente e sustentável.
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