Demanda externa aquece mercado de noz-pecã brasileira
Projeção de safra cheia em 2025 impulsiona setor de noz-pecã no Brasil
A expectativa de uma safra cheia em 2025 tem animado produtores e a indústria de processamento de noz-pecã no Brasil. Após uma produção abaixo do esperado em 2024, devido ao excesso de chuvas, o setor vislumbra um novo ciclo de crescimento, impulsionado pela demanda aquecida no mercado internacional. Contudo, preocupações com a estiagem no Rio Grande do Sul, estado responsável por 70% da produção nacional, lançam incertezas sobre o desempenho da safra.
Desafios climáticos podem impactar produção
Edson Ortiz, diretor da Divinut - maior processadora e exportadora de noz-pecã do Hemisfério Sul -, alerta para a estiagem que atinge algumas regiões do Rio Grande do Sul. Segundo ele, o fenômeno La Niña, previsto para este período, já começa a impactar os pomares. “Essa pequena estiagem já está causando abortamento de frutos e afetando o crescimento dos frutos. Caso se prolongue, poderemos ter uma safra abaixo do esperado”, afirma Ortiz.
Outro fator que pode interferir na produção é a frutificação menor em alguns pomares. “Observamos que algumas áreas estão com uma florada feminina abaixo do esperado, o que pode comprometer o potencial produtivo, mesmo sendo um ano considerado 'on' para a pecanicultura”, acrescenta.
Expansão do mercado internacional fortalece a cultura
O Brasil ocupa atualmente a quarta posição no ranking mundial de produção de noz-pecã, atrás apenas dos Estados Unidos, México e África do Sul. Em 2024, a abertura do mercado chinês para a pecã brasileira ampliou significativamente as perspectivas para as exportações. As primeiras remessas para a China estão previstas para começar após a colheita, entre abril e maio de 2025.
Além da China, outros mercados estão na mira dos exportadores brasileiros. “Estamos com tratativas avançadas para exportar para Singapura, Turquia, Grécia e Indonésia, ampliando nossa presença internacional”, explica Ortiz. A empresa também busca certificações internacionais, como ISO 9001 e FSSC 22000, para atender exigências de clientes que demandam altos padrões de segurança alimentar.
Noz-pecã atrai novos investidores
A cultura da noz-pecã tem chamado a atenção de profissionais de diversas áreas que enxergam na atividade uma oportunidade de investimento. Médicos, advogados e dentistas estão entre os novos produtores que têm apostado na cultura, atraídos pela rentabilidade e pela segurança da comercialização. “Os produtores podem plantar com a certeza de que sua produção será comprada e destinada ao mercado externo”, destaca Ortiz.
Com um mercado em franca expansão e novas oportunidades de exportação surgindo, a noz-pecã brasileira se consolida como um setor promissor dentro do agronegócio nacional. No entanto, os desafios climáticos seguem sendo um fator de atenção para garantir a previsibilidade da produção nos próximos anos.
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