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,24/02/2025

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Corredor bioceânico pode impulsionar exportação de carne bovina

Com redução de custos e trajetos mais curtos, o corredor bioceânico promete ampliar a exportação de carne bovina do Mato Grosso do Sul, facilitando o acesso aos mercados sul-americano e asiático.


Corredor bioceânico pode impulsionar exportação de carne bovina Setor de transporte também se prepara para novo cenário (Foto: Álvaro Rezende)

A implantação do corredor bioceânico promete transformar a logística de exportação de carne bovina do Mato Grosso do Sul, garantindo trajetos mais curtos e custos reduzidos para os frigoríficos da região. Atualmente, o Estado exporta cerca de 360 mil toneladas de carne bovina ao Chile, utilizando rotas que incluem o Paraná e o Rio Grande do Sul para chegar ao destino. Com a nova rota, a expectativa é de um escoamento mais eficiente através de Porto Murtinho, Carmelo Peralta (Paraguai), Argentina e Chile.

A ponte binacional, uma das obras mais importantes da rota, está com 65% das construções concluídas. Essa infraestrutura será essencial para consolidar o corredor como um novo caminho para a exportação de carne, reduzindo significativamente a distância percorrida e os custos logísticos.

Segundo Sérgio Capucci, vice-diretor do Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados do Estado de Mato Grosso do Sul (Sicadems), o principal benefício da rota para a indústria frigorífica é a ampliação do mercado para o Chile e o Peru. Ele destaca, no entanto, que a viabilidade econômica para outros mercados globais ainda dependerá da competitividade dos custos logísticos.

Novo Cenário para Exportação

Atualmente, a exportação de carne brasileira para os mercados asiáticos enfrenta um longo percurso. A carga sai do Porto de Santos e pode percorrer mais de 24 mil quilômetros, levando cerca de 54 dias para chegar a Xangai, na China. A nova rota, através dos portos chilenos de Antofagasta ou Iquique, pode reduzir esse trajeto em 7.000 quilômetros e encurtar o tempo de transporte em até 20 dias.

Para Cláudio Cavol, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Cargas de Mato Grosso do Sul (SETCEMS), a exportação de carne para países asiáticos via portos chilenos é atualmente insignificante, mas esse cenário mudará com a rota bioceânica. "Hoje, a pouca carga destinada ao norte do Chile segue por Santa Catarina, passando por Dionísio Cerqueira (SC) e São Borja (RS), aumentando a distância entre 700 a 1.000 quilômetros em relação à nova saída por Porto Murtinho", explica.


Infraestrutura e Qualificação

Apesar do otimismo, ainda existem desafios a serem superados. A burocracia nos trâmites aduaneiros pode comprometer a eficiência da rota. Atualmente, caminhões levam de sete a oito dias apenas para cruzar Mato Grosso do Sul e o Paraguai, devido às exigências administrativas nos dois países. Para garantir a efetividade da nova rota, especialistas defendem a agilização dos processos alfandegários e a melhoria da infraestrutura rodoviária.

Dentro desse contexto, o setor de transportes já começa a se preparar. A Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), em parceria com o SETLOG, iniciou a capacitação de motoristas sem experiência em transporte internacional. A primeira turma do curso já foi formada na cidade de Jardim, visando atender à crescente demanda por profissionais qualificados.

Outro ponto essencial para a efetivação do corredor bioceânico é a adequação das rodovias que compõem o trajeto. A necessidade de sinalização eficiente, postos de abastecimento e suporte logístico ao longo do caminho é fundamental para garantir a segurança e a fluidez do transporte de cargas.

Perspectivas para o Futuro

O setor produtivo de Mato Grosso do Sul vê com bons olhos a consolidação do corredor bioceânico. A expectativa é que o fluxo de transporte aumente de 5% a 10% ao ano, impactando diretamente o PIB estadual. Além disso, o Estado pode ganhar um papel de destaque no comércio internacional, tornando-se um dos principais corredores de exportação de carne bovina do Brasil.

O governador Eduardo Riedel reforçou a importância estratégica da rota bioceânica para a economia do Centro-Oeste. "Nossos produtos vão seguir por um caminho mais rápido tanto para os países vizinhos quanto para o mercado asiático. Estamos presenciando a concretização de um sonho de gerações, que agora se torna realidade", afirmou.





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