Estratégias para reduzir o impacto das altas temperaturas na avicultura
Altas temperaturas e baixa umidade do ar afetam diretamente a produtividade avícola, exigindo ajustes no manejo para garantir o desempenho das aves, alerta especialista.
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A avicultura enfrenta desafios significativos durante períodos de calor intenso. A combinação de altas temperaturas e baixa umidade do ar pode comprometer o desempenho produtivo das aves, aumentando os riscos de estresse térmico e afetando a conversão alimentar. Para minimizar esses impactos, especialistas recomendam ajustes estratégicos no manejo, desde o pré-alojamento até a fase de crescimento.
De acordo com Guilherme Pimenta, analista técnico comercial de Aves da MCassab Nutrição e Saúde Animal, a preparação adequada antes do alojamento é essencial. “O intervalo entre os lotes define o desempenho produtivo. O manejo correto da cama, a higienização do aviário e a manutenção preventiva dos equipamentos são passos fundamentais para garantir um ambiente adequado para as aves”, explica.
Outro fator crítico é o transporte e alojamento das aves. O tempo de deslocamento e a forma como os pintinhos são acomodados no aviário influenciam diretamente a taxa de sobrevivência e o desenvolvimento inicial. “Caminhões bem equipados e uma equipe treinada para realizar o alojamento de maneira ágil contribuem para reduzir o estresse térmico”, acrescenta Pimenta.
A fase de alojamento também exige atenção especial ao conforto térmico. Temperaturas inadequadas no ambiente e na cama podem comprometer o bem-estar das aves, impactando diretamente o consumo alimentar e o ganho de peso. Além disso, a oferta de ar de boa qualidade, acesso fácil à água e uma ração balanceada são fatores essenciais para manter a produtividade.
A estratégia nutricional desempenha papel relevante na adaptação das aves ao calor. Em períodos de temperatura elevada, ajustes na formulação das dietas ajudam a compensar a redução na ingestão de alimentos. “A adequação das fontes energéticas e ácidos graxos na dieta pode mitigar a queda no consumo de ração. A inclusão de gorduras na alimentação reduz a produção de calor interna, favorecendo o conforto térmico”, detalha o especialista.
Além disso, a suplementação de vitaminas, minerais, aminoácidos e probióticos, seja via água ou ração, é uma alternativa eficaz para reduzir os impactos do estresse térmico. Outra medida que vem ganhando espaço é o uso de produtos à base de óleos essenciais. Segundo Pimenta, essas substâncias promovem uma sensação de frescor e melhoram a função respiratória das aves, contribuindo para o bem-estar durante períodos de calor intenso.
A adoção dessas práticas pode fazer a diferença na produtividade da granja, reduzindo perdas associadas às condições climáticas adversas e garantindo um melhor desempenho zootécnico ao longo do ciclo produtivo.
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