Nova estratégia busca frear avanço do greening no Brasil
Fundecitrus lança campanha "Zero e Dez" para fortalecer o controle do psilídeo e mitigar o avanço do greening em regiões citrícolas do Brasil.
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O Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) lançou a campanha "Zero e Dez" para reforçar as medidas de controle contra o psilídeo, inseto transmissor da bactéria Candidatus Liberibacter spp., causadora do greening. A iniciativa visa reduzir a incidência da doença nos principais polos produtores do Brasil, incluindo o cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo Sudoeste Mineiro, além de novas regiões de expansão da cultura nos estados de Mato Grosso do Sul e Goiás.
Com o avanço da citricultura para novas áreas de menor incidência da doença, o Fundecitrus alerta que a adoção de um manejo eficiente deve ser priorizada para evitar que esses territórios se tornem focos de infestação. "Para a incidência ser zero, o controle precisa ser dez", reforça o diretor-executivo do Fundecitrus, Juliano Ayres. Ele destaca que a dispersão natural do psilídeo ocorre com a ampliação dos pomares, tornando o monitoramento e as práticas de controle ainda mais essenciais.
As diretrizes da campanha incluem a rotação de modos de ação dos inseticidas, a pulverização na frequência adequada, a melhoria na qualidade da aplicação, a seleção de produtos eficazes e a eliminação de plantas infectadas. "As medidas de controle devem ser adotadas desde o início, para que erros passados não se repitam em novas regiões", acrescenta Ayres.
Levantamentos da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro/MS) e da Agrodefesa (GO) revelam que a presença da bactéria do greening já foi registrada em mais de 30 municípios do Mato Grosso do Sul, além de localidades em Goiás, como Campo Limpo e Quirinópolis. O aumento das ocorrências reforça a necessidade de monitoramento constante e ações coordenadas entre citricultores para conter a progressão da doença.
O Fundecitrus destaca que o greening representa um dos maiores desafios para a citricultura brasileira, impactando diretamente a produtividade e a qualidade da fruta. O combate à doença depende de ações conjuntas entre produtores, pesquisadores e entidades do setor, com estratégias baseadas em ciência e tecnologia.
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