Como a onda de fusões está moldando o agronegócio
Fusões e aquisições fortalecem empresas, garantem mais investimentos e inovação. Por outro lado, há riscos. Quando poucas empresas dominam o mercado, a concorrência diminui, e isso pode impactar os preços dos insumos e até o preços das commodities .
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Por: Luciano Alegre
Hoje, vamos falar sobre um tema que já movimentou bastante o agronegócio brasileiro e tenho certeza que ainda movimentará: as fusões e aquisições ou na sigla em Inglês M&A. Mas afinal, o que isso significa?
Como o próprio nome diz, fusão acontece quando duas empresas se unem para formar uma nova companhia, enquanto a aquisição ocorre quando uma empresa compra outra.
No agro, essas operações têm sido cada vez mais frequentes, e os números mostram isso: em 2024, o Brasil registrou um crescimento impressionante de 140% no número de fusões e aquisições no setor. Algumas dessas operações devem passar pelo CADE, Conselho Administrativo de Defesa Econômica que avalia se não há alguma irregularidade que vá prejudicar o país ou os consumidores.
Para entender melhor, vamos a alguns exemplos. No ano passado, a BP adquiriu a participação da Bunge na BP Bunge Bioenergia, assumindo o controle total da empresa de biocombustíveis. Outra grande movimentação foi a compra da Solubio pela gestora Aqua Capital, ampliando os investimentos em bioinsumos e agricultura regenerativa. No estado do Goiás tivemos algumas dessas aquisições no mercado de sementes e de defensivos.
Mas o que isso significa para o produtor rural? Bom, essas operações podem trazer tanto oportunidades quanto desafios.
Do lado positivo, fusões e aquisições fortalecem empresas, garantindo mais investimentos, inovação e acesso a tecnologias avançadas, como novas variedades de sementes, fertilizantes mais eficientes e sistemas de monitoramento climático. Isso pode garantir insumos de maior qualidade e, em alguns casos, preços mais competitivos.
Por outro lado, há riscos. Quando poucas empresas dominam o mercado, a concorrência diminui, e isso pode impactar os preços dos insumos e até das commodities que o produtor vende. Além disso, decisões tomadas por grandes grupos empresariais nem sempre levam em conta a realidade do pequeno e médio produtor, o que pode dificultar negociações e parcerias.
O que fica claro é que o agronegócio brasileiro está se consolidando cada vez mais. Para os produtores, o caminho é ficar atento a essas mudanças, buscar parcerias estratégicas e se preparar para um cenário onde o acesso à informação e a tecnologia serão ainda mais decisivos para o sucesso no campo.
E na sua fazenda, será que podem haver fusões e ou aquisições? Talvez esse possa ser um passo para a sucessão no seu negócio ou para alavancar o mesmo. Conte conosco para dar números a este projeto.
Pense nisso e até o nosso próximo momento AgroFinanceiro. Quem quiser, nos acompanhar nas redes sociais, é só seguir o @olucianoalegre no Instagram.
Até mais...
*Luciano dos Santos Alegre, Engenheiro Agrônomo e especialista em finanças, consultor para empresas rurais em todo o Brasil com mais de 10 anos de experiência no agronegócio.
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