Preço do diesel aumenta e pressiona setor de transporte
O preço do diesel subiu até 4,93% na primeira quinzena de fevereiro, segundo o índice Edenred Ticket Log, impulsionado por ajustes no ICMS e reajuste da Petrobras.
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Os combustíveis voltaram a subir no início de fevereiro, com o diesel comum registrando preço médio de R$ 6,52 e o diesel S-10 atingindo R$ 6,60. De acordo com o índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL), os aumentos foram de 4,65% e 4,93%, respectivamente, na comparação com o mesmo período de janeiro.
A elevação dos preços ocorre após dois reajustes que entraram em vigor no dia 1º de fevereiro: a revisão das alíquotas do ICMS e o aumento anunciado pela Petrobras. Segundo Douglas Pina, Diretor-Geral de Mobilidade da Edenred Brasil, essa movimentação está inserida em um contexto de encarecimento global dos combustíveis, impulsionado pela valorização do petróleo e pelas oscilações cambiais que impactam os custos de importação e distribuição.
Destaques regionais
Na análise por região, o Sul e o Centro-Oeste registraram os maiores aumentos no preço do diesel comum, ambos com alta de 4,79%, resultando em valores médios de R$ 6,34 e R$ 6,56, respectivamente. O diesel S-10 teve sua maior alta também no Sul, com um aumento de 5,24%, atingindo R$ 6,43. Mesmo com esses reajustes, os preços no Sul foram os mais baixos do país durante o período.
O Norte concentrou as maiores médias nacionais, com o diesel comum atingindo R$ 7,03 após uma alta de 3,08%, e o S-10 chegando a R$ 6,89, refletindo um aumento de 3,61%.
Entre os estados, o Acre voltou a registrar os maiores valores para os dois tipos de diesel. O comum foi comercializado a R$ 7,72, após alta de 1,05%, enquanto o S-10 chegou a R$ 7,73, com acréscimo de 1,31%. Por outro lado, o menor preço do diesel comum foi identificado no Rio Grande do Sul, a R$ 6,31, mesmo após um aumento de 4,64%.
Impactos no setor de transporte e agronegócio
O reajuste nos combustíveis afeta diretamente o setor de transporte rodoviário, que é responsável por grande parte do escoamento da safra de grãos no Brasil. Segundo estudos do setor logístico, o diesel representa até 40% dos custos das transportadoras, o que pode pressionar os fretes. A previsão de uma safra recorde em 2025, estimada em 322,6 milhões de toneladas, pode intensificar a demanda por transporte e elevar os preços logísticos.
Pesquisas apontam que o custo do frete rodoviário pode aumentar entre 15% e 20% no primeiro semestre de 2025, devido à combinação do aumento do diesel e da maior demanda pelo escoamento da produção agrícola. Além disso, o déficit de armazenagem no Brasil obriga os produtores a escoarem rapidamente suas colheitas, aumentando a pressão sobre o transporte rodoviário e encarecendo a logística.
A alta dos custos logísticos também pode impactar o preço final dos produtos agrícolas. Com o frete mais caro, produtores enfrentam margens de lucro reduzidas, e consumidores podem sentir os efeitos nos preços dos alimentos. A escalada no preço do diesel se torna, portanto, um fator de preocupação para toda a cadeia do agronegócio e para a economia brasileira.
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