Financiamento do agro: desafios e estratégias para 2025
O Brasil avança na produção de soja, mas a alta dos juros no Plano Safra preocupa. Como o setor pode garantir crédito acessível e manter o crescimento?

Por: Luciano dos Santos Alegre
O Brasil se consolidou como líder mundial na produção de soja, expandindo suas áreas produtivas e avançando na produtividade. Mas, enquanto seguimos crescendo no campo, como garantir que o financiamento acompanhe esse ritmo?
E ainda: com a previsão de juros mais altos no próximo Plano Safra, como o setor pode se preparar?
O Brasil bateu 154,6 milhões de toneladas de soja na última safra, consolidando sua posição no mercado global. A produtividade média nacional varia entre 3,4 e 3,8 toneladas por hectare, e há projeções otimistas: podemos alcançar de 180 a 200 milhões de toneladas até 2030. Crescimento este não pela abertura de novas áreas, e sim por tecnologia, melhor manejo e uso eficiente dos recursos naturais.
Além da soja, o milho safrinha, o trigo e outras culturas estratégicas vêm ampliando seu espaço. O Cerrado segue como a grande fronteira agrícola, especialmente nas regiões de Mato Grosso e MATOPIBA.
Mas, nem tudo são flores. O clima é um fator de risco crescente.
Quando falamos de crescimento agrícola, não dá para deixar de lado o financiamento. A agropecuária brasileira depende fortemente de linhas de crédito subsidiadas pelo governo. O Plano Safra é a principal ferramenta para isso, garantindo recursos a taxas mais acessíveis para custeio e investimentos.
Entidades do agronegócio já estão se mobilizando para antecipar as discussões do Plano Safra 2025/26, preocupadas com a falta de recursos e possíveis atrasos na liberação de crédito.
Para piorar, o Banco do Brasil já prevê juros mais altos para o próximo Plano Safra. A justificativa? O aumento da taxa Selic, que encarece os custos financeiros. Ou seja, o custo do dinheiro para plantar, colher e investir será maior.
Diante desse cenário, a palavra-chave é planejamento financeiro. Com juros mais altos, o produtor precisa:
✔ Comparar as opções de crédito disponíveis no mercado, incluindo cooperativas e bancos privados.
✔ Apostar em tecnologias e manejos que aumentem a produtividade sem elevar custos fixos.
✔ Ficar atento às negociações do próximo Plano Safra para não perder prazos e oportunidades.
✔ Monitorar seus indicadores financeiros, liquidez e alavancagem financeira devem ser constante averiguados, aliados a uma projeção de resultados de pelo menos 5 safras.
Imagine que você pode já necessitar imobilizar em parcelas de investimentos 60% do resultado de cada safra pelos próximos 5 anos? Isso é bastante arriscado.
Pense nisso e até o nosso próximo momento AgroFinanceiro. Quem quiser, nos acompanhar nas redes sociais, é só seguir o @olucianoalegre no Instagram.
Até mais..
*Luciano dos Santos Alegre, Engenheiro Agrônomo e especialista em finanças, consultor para empresas rurais em todo o Brasil com mais de 10 anos de experiência no agronegócio.
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