Brasil busca reverter suspensão de frigoríficos pela China
China suspende importação de carne bovina de três frigoríficos brasileiros após auditorias apontarem "não conformidades". Governo busca solução.

A Administração-Geral de Aduanas da China (GACC) anunciou a suspensão temporária da importação de carne bovina de três frigoríficos brasileiros. A medida afeta as plantas da JBS em Mozarlândia (GO), da Frisa em Nanuque (MG) e da Bon-Mart em Presidente Prudente (SP). O embargo ocorre após auditorias remotas apontarem "não conformidades" em relação aos requisitos chineses.
Em documento enviado à Embaixada do Brasil em Pequim, autoridades chinesas solicitaram que as unidades afetadas adotem medidas corretivas e enviem um relatório após a devida verificação pelo serviço oficial brasileiro. A restrição é válida para embarques realizados a partir da segunda-feira, 3.
A decisão também impacta frigoríficos da Argentina, Uruguai e uma unidade da Mongólia, que passaram por processos de fiscalização semelhantes. Apesar da suspensão, o governo brasileiro minimiza impactos no comércio de carne bovina com a China.
Governo trabalha para reverter embargo
O Ministério da Agricultura já foi notificado e acompanha a situação. O ministro Carlos Fávaro afirmou que o Brasil conta com 126 frigoríficos habilitados para exportar para a China e que suspensões pontuais não comprometem a relação comercial. “Quando assumimos, havia 12 plantas suspensas. Retomamos essas 12 e abrimos mais 43. Portanto, três suspensões não alteram significativamente o panorama”, disse Fávaro.
Carlos Goulart, secretário de Defesa Agropecuária, destacou o compromisso brasileiro com a segurança sanitária e a qualidade da carne exportada. Segundo ele, o país segue em diálogo com a China e o setor privado para solucionar as pendências levantadas durante a auditoria.
Importância do mercado chinês
A China é o maior destino da carne bovina brasileira. Em 2024, o Brasil exportou 1,1 milhão de toneladas para o país asiático, que importou um total de 2,7 milhões de toneladas no mesmo período.
Para o ministro da Agricultura, o fluxo comercial é positivo também para o mercado interno. Segundo Fávaro, os cortes exportados são diferentes dos mais consumidos no Brasil, o que favorece a precificação doméstica. “Os produtos exportados têm menor valor no mercado interno ou demanda reduzida. Esse equilíbrio é importante para toda a cadeia produtiva”, afirmou.
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