O mercado do boi gordo em Goiás registrou valorização nesta quarta-feira (05), com a arroba cotada, em média, a R$ 286,40, um aumento de 0,94%, segundo dados do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (IFAG). Já a vaca gorda teve leve queda, sendo negociada a R$ 265,36, um recuo de 0,15%.

A oscilação dos preços reflete um cenário de menor consumo interno e disputa entre frigoríficos e pecuaristas. O escoamento da carne segue lento, com as famílias brasileiras priorizando proteínas mais acessíveis, como frango e ovos, diante da pressão inflacionária e do alto custo de vida.

Frigoríficos cautelosos e pressão sobre preços

Diante da demanda interna desaquecida, as indústrias frigoríficas mantêm uma postura conservadora na aquisição de animais, administrando estoques e escalas de abate de forma estratégica. Essa precaução gera pressão sobre os preços da arroba, mas a tendência pode se inverter nos próximos meses com a redução da oferta de animais terminados.

A instabilidade também se reflete no mercado futuro. Os contratos do boi gordo fecharam em baixa ao longo do ano, refletindo incertezas no setor. Para março de 2025, o vencimento ficou em R$ 296,50, enquanto para abril, a cotação foi de R$ 296,30, ambos registrando variação negativa em torno de 1,2%.

Impacto da suspensão chinesa nas exportações

Outro fator que pesa sobre o mercado é a decisão da China de suspender temporariamente as importações de carne bovina de três frigoríficos brasileiros. A medida adiciona incerteza ao setor e pode comprometer o desempenho das exportações nos próximos meses. O país asiático é o principal destino da carne bovina brasileira, e qualquer restrição impacta diretamente a precificação no mercado interno.

O setor segue atento à evolução do consumo interno e aos desdobramentos no comércio exterior, com expectativa de ajustes nos preços conforme a oferta de animais e a dinâmica da demanda.