A goiaba (“Psidium guajava”) é uma das frutas tropicais mais valorizadas do Brasil. Rica em vitamina C, antioxidantes e fibras, seu consumo cresce ano a ano, impulsionado pela busca por alimentação saudável. Além dos benefícios nutricionais, a goiaba apresenta um forte apelo econômico, sendo cultivada em diversas regiões do país para abastecer o mercado interno e externo.

Benefícios nutricionais e propriedades da goiaba

A goiaba é uma excelente fonte de vitamina C, chegando a ter quatro vezes mais desse nutriente do que a laranja. O consumo da fruta também contribui para a saúde digestiva, devido à alta concentração de fibras, e fortalece o sistema imunológico. Os antioxidantes presentes, como carotenoides e flavonoides, ajudam a combater radicais livres, reduzindo o risco de doenças crônicas, como diabetes e problemas cardiovasculares.

Cultivo e exigências agronômicas

O cultivo da goiaba se adapta bem a diferentes condições climáticas, mas a planta se desenvolve melhor em regiões tropicais e subtropicais, com temperaturas entre 23°C e 30°C. Solos bem drenados e ricos em matéria orgânica favorecem a produtividade. A irrigação adequada é essencial, especialmente em períodos secos, para evitar a queda prematura dos frutos.

O espaçamento entre as mudas varia conforme o sistema de cultivo, sendo o mais comum 6m x 6m em plantios convencionais e 3m x 2m em sistemas intensivos. A adubação é fundamental para o desenvolvimento da planta, com destaque para a aplicação de nitrogênio, fósforo e potássio.

Principais cultivares e produção

No Brasil, as cultivares mais comuns incluem:

Paluma: variedade mais utilizada na produção comercial, conhecida pelo alto rendimento e resistência a doenças.

Pedro Sato: muito utilizada para consumo in natura, com frutos maiores e polpa avermelhada.

Século XXI: apreciada por sua alta produtividade e sabor adocicado.

Rica: variedade de maturação precoce, com bom desenvolvimento em diferentes regiões.

Colheita, período de produção e pós-colheita

A goiaba começa a produzir a partir do segundo ano após o plantio, alcançando o auge produtivo entre o terceiro e o quinto ano. A colheita ocorre geralmente entre 90 e 150 dias após a florada, dependendo da variedade e condições climáticas. No Brasil, a produção de goiaba pode acontecer durante todo o ano, mas os períodos de maior oferta ocorrem entre fevereiro e abril e entre agosto e outubro, dependendo da região e do manejo adotado. O ponto ideal de colheita é determinado pela coloração da casca e firmeza da polpa.

Após a colheita, o armazenamento correto é essencial para evitar perdas. A refrigeração entre 5°C e 10°C pode prolongar a vida útil da fruta por até duas semanas.

Manejo para evitar pragas e doenças

A goiabeira pode ser afetada por diversas pragas e doenças, sendo essencial adotar boas práticas de manejo. As principais pragas incluem a mosca-das-frutas (Anastrepha spp.), que compromete a qualidade dos frutos, e o tripes, que ataca folhas e flores. Para controle, recomenda-se o uso de armadilhas atrativas e manejo integrado de pragas.

Entre as doenças, destacam-se a antracnose (Colletotrichum gloeosporioides), que provoca manchas escuras nos frutos, e a verrugose (Psidium guajava), que afeta a casca. O manejo preventivo inclui a poda sanitária, rotação de culturas e aplicação de defensivos biológicos quando necessário.

Importância econômica e mercado

O cultivo da goiaba é uma opção atrativa para pequenos e médios produtores devido à alta demanda do mercado. O Brasil está entre os principais produtores mundiais, exportando a fruta fresca e processada para países da Europa, América do Norte e Oriente Médio. O segmento de polpas e derivados, como sucos e doces, amplia as possibilidades de comercialização.

A rentabilidade do cultivo depende da escolha da variedade, manejo adequado e estratégias de mercado. Pequenos produtores têm se beneficiado de nichos como o cultivo orgânico, que agrega valor ao produto.