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,26/04/2025

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Pequenos produtores impulsionam pecanicultura no RS

A 7ª Abertura Oficial da Colheita da Noz-Pecã reuniu produtores, técnicos e estudantes em Glorinha (RS), marcando a retomada do setor após perdas climáticas.


Pequenos produtores impulsionam pecanicultura no RS

Com a presença de produtores, pesquisadores e estudantes, a 7ª Abertura Oficial da Colheita da Noz-Pecã foi realizada em Glorinha, no Rio Grande do Sul, no dia 11 de abril. O evento celebrou o início da safra em um cenário de retomada, após adversidades climáticas recentes, e reforçou a importância da assistência técnica, da organização dos produtores e da adoção de práticas de gestão e tecnologia.

A cerimônia ocorreu na propriedade Nozes Glorinha, conduzida pelo pecanicultor Karion Minussi. O evento contou com palestras técnicas, apresentação de dados do setor e discussões sobre os desafios enfrentados pelos produtores. Um dos destaques foi a divulgação do diagnóstico da pecanicultura no estado, conduzido pela Emater em parceria com o Instituto Brasileiro de Pecanicultura (IBPecan), a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi), a Embrapa e o programa Pró-Pecã.

Segundo o extensionista da Emater, Antônio Carlos Leite de Borba, o levantamento aponta que a produção de noz-pecã no estado é concentrada em pequenas propriedades familiares, com predomínio da venda direta ao consumidor. A ausência de cooperativas e a dificuldade de acesso à assistência técnica foram apontadas como entraves ao desenvolvimento da cultura. “O preço pago ao produtor ainda é baixo e há limitações no acesso a equipamentos e mão de obra qualificada”, afirmou Borba.

Os dados da pesquisa revelam que o Rio Grande do Sul concentra 92% da área plantada de noz-pecã no Brasil, totalizando 6.373 hectares, com 1.500 produtores cadastrados. A maior área cultivada está localizada em Cachoeira do Sul, enquanto o município de Anta Gorda reúne o maior número de produtores. “Há crédito, apoio técnico e programas específicos que podem ser acessados para fomentar a cultura”, ressaltou o extensionista.

Karion Minussi, anfitrião do evento, relatou as dificuldades enfrentadas com a enchente de maio do ano passado, que impactou severamente a fruticultura regional. “Resiliência é fundamental. Mais do que conhecimento, é necessário saber como aplicá-lo na prática do campo”, observou. Segundo o produtor, há boas expectativas para a safra atual, após dois anos de perdas.

Durante o evento, o engenheiro agrônomo Júlio Medeiros apresentou fundamentos de gestão voltados à produção agrícola. “Produtores dominam a parte técnica da lavoura, mas ainda enfrentam desafios na gestão financeira”, avaliou. Medeiros alertou para a importância de considerar todos os custos de produção, inclusive os indiretos, como a depreciação de máquinas e instalações. “Todo investimento deve começar com um plano bem estruturado”, recomendou.

O pesquisador da Embrapa, Carlos Martins, enfatizou o papel da pesquisa aplicada no avanço da cultura. “Pomares com melhores resultados são aqueles que transformam conhecimento técnico em ação prática e contam com orientação especializada”, disse. Ele apresentou iniciativas de cooperação entre a Embrapa e os produtores, como o projeto “Bases científicas e tecnológicas para produção sustentável de noz-pecã”, que desenvolve experimentos em 11 propriedades no estado, incluindo municípios como Pelotas, Bagé, Encruzilhada do Sul, Nova Pádua e Pantano Grande.

Para o presidente do IBPecan, Claiton Wallauer, a pulverização da produção entre agricultores familiares é um traço relevante do setor. “Hoje, para muitos desses produtores, a pecan é a principal fonte de renda”, afirmou. Segundo Wallauer, o crescimento observado decorre do esforço conjunto de entidades públicas, produtores e técnicos.

O secretário estadual da Agricultura, Edivilson Brum, destacou a importância estratégica da irrigação para o setor. “O Rio Grande do Sul tem apenas um dígito de lavouras irrigadas. Nosso foco é ampliar esse percentual, especialmente em culturas como a noz-pecã, que dependem de estabilidade hídrica para bons resultados”, pontuou. Brum também lembrou que o estado é o maior produtor nacional e ocupa a quarta posição no ranking mundial.

A realização do evento foi fruto da articulação entre IBPecan, Seapi, Emater e a Prefeitura Municipal de Glorinha, com apoio da Embrapa e da propriedade Nozes Glorinha. A programação técnica reforçou o papel das instituições no desenvolvimento da cultura da noz-pecã e evidenciou a necessidade de avanços em gestão, tecnologia e estrutura para garantir a sustentabilidade e o crescimento do setor.




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